2012-11-22 16:53:01

Bispos da África indignados e chocados com o conflito no Leste da RDC


Reunidos em Kinshasa desde o passado dia 20, os Presidentes das Conferências Episcopais da África e os Bispos presidentes das Caritas nacionais africanas, declaram que a escalada de violência no leste da RDC está já a causar uma grande tragédia humanitária. Num comunicado assinado por todos, esses bispos de 34 países da África, condenam o conflito, que viu a cidade de Goma cair nas mãos dos rebeldes do M23 no passado dia 20 deste mês.

Os bispos africanos dizem-se "indignados e chocados com a escalada da violência armada, na qual milhares de homens, mulheres e crianças, vítimas desta guerra que lhes é imposta, são deslocados e abandonados na miséria em Goma e arredores; eles estão expostos ao mau tempo, à fome, estupros e todo tipo de abusos, incluindo o recrutamento de crianças para o exército. Isto constitui uma ofensa à sua dignidade como seres humanos e filhos de Deus" – afirmam os bispos no comunicado.

Os representantes da Caritas em Goma estimam que os últimos combates forçaram 100 mil pessoas a fugir, muitas das quais a partir de acampamentos e comunidades de acolhimento onde tinham procurado refugio.

Os bispos africanos afirmam ainda que já não é tempo para guerras ou conquistas, mas sim para promover a cooperação entre os povos. Afirmam também que a integridade territorial da RDC deve ser protegida e respeitada por todos.

"Estamos cientes quanto a exploração dos recursos naturais influi nesta situação e, portanto, apelamos para uma exploração justa e transparente dos recursos naturais e uma distribuição equitativa do produto de tal atividade para beneficiar a todos", afirmam os Bispos.

Os bispos lançam, finalmente, um apelo à comunidade internacional para acabar com o sofrimento e o desespero da população civil no leste do Congo. Convidam também o governo do Congo, os governos regionais envolvidos e as empresas multinacionais extractivas para abordarem com seriedade as causas do conflito através do diálogo por forma a pôr termo ao ciclo de violência. "E os perpetradores de tal violência e destruição devem ser levados à justiça", conclui o comunicado dos Bispos.








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