Documento de estudo sobre a situação dos povos quilombas
Brasília (RV) - Realiza-se nesta segunda-feira na sede da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, a reunião do Grupo de Trabalho dos quilombolas.
Na pauta da reunião está a continuidade na elaboração e no estudo de um documento
a respeito da situação dos povos quilombolas.
Nesta reunião vários organismos
estão representados: Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça
e da Paz da CNBB, da CNBB; Comissão Pastoral da Terra (CPT); Caritas, Pastoral Afro;
e a Pastoral dos Pescadores.
"Essa reunião é a continuação de um trabalho que
iniciamos no começo deste ano. Constituímos esse Grupo de Trabalho para a elaboração
de um documento que nós julgamos vital para o Brasil, e a sociedade brasileira. E
nós, como igreja, precisamos ajudar a refletir, especialmente, a situação dos remanescentes
quilombolas", afirmou o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da
Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, Dom Guilherme Antônio Werlang.
O texto
é dividido em três momentos: Ver, Julgar e Agir. Nesta reunião, será trabalhado o
‘Agir’. "Queremos ajudar a Igreja a perceber a realidade dos povos quilombolas, disso
trata o ‘ver’. No ‘julgar’, voltamos a Jesus Cristo, na forma como Ele se interessou
dos mais pobres, marginalizados e excluídos. No ‘agir’ continuaremos seguindo o exemplo
de Jesus, com uma igreja que seja servidora, samaritana, que esteja presente nessa
luta do povo", esclareceu o coordenador do grupo de trabalho Quilombola e da Pastoral
Afro-brasileira, Pe. Jurandyr Azevedo.
A luta em favor dos povos quilombolas
é pela terra. De acordo com o coordenador, muitos quilombos remanescentes estão sendo
usurpados pelo fato de serem terras produtivas.
"O povo quilombola está precisando
de uma atenção e um cuidado maior. São mais de quatro mil quilombos que existem no
Brasil e apenas em torno de 120 quilombos, têm suas terras legalizadas. A maioria
está sendo expulsa das terras, isso dificulta o plantio, a própria estabilidade fica
comprometida", explicou Pe. Jurandyr. (MJ/CNBB)