Papa pede aos cristãos franceses testemunho corajoso e coerente da fé e do ensinamento
da Igreja, sem arrogância, com respeito
Os Pastores da Igreja não hão-de ter medo de falar com vigor apostólico do mistério
de Deus e do mistério do homem: esta a advertência e o encorajamento do Papa, recebendo
neste sábado de manhã, em audiência conjunta, um grupo de 40 bispos franceses da região
de Paris e do norte de França. Bento XVI sublinhou que, entre as riquezas da doutrina
cristã, há “palavras e realidades, convicções fundamentais e modos de raciocinar”
que podem ser portadores daquela esperança de que o mundo tem sede. “Nos debates importantes
da sociedade, a voz da Igreja deve fazer-se ouvir sem cessar e com determinação. E
isso no respeito pela tradição francesa sobre a distinção entre as esferas de competência
da Igreja e as do Estado”.
Evocando quanto teve ocasião de dizer, anos atrás,
em Paris, no Colégio dos Bernardinos, no encontro com intelectuais, crentes e não
crentes, Bento XVI considerou que todos estavam bem conscientes dos “imensos desafios
da nossa época, onde a mensagem cristã constitui um ponto de referência insubstituível”.
Entre os desafios do tempo presente, o Papa referiu expressamente a transmissão
da fé às jovens gerações, com a responsabilidade que toca aos pais. “Um bem precioso
– disse – que Igreja defende e promove tanto como uma dimensão inalienável e capital
do bem comum de toda a sociedade, mas também como uma exigência da dignidade da pessoa
e da família”. “Há também o enorme desafio a viver numa sociedade que nem sempre
partilha os ensinamentos de Cristo e que por vezes procurar ridicularizar ou marginalizar
a Igreja, desejando-a confiná-la unicamente na esfera privada. Para fazer face a estes
imensos desafios, a Igreja tem necessidade de testemunhas credíveis”.
Este
testemunho dos cristãos – lembrou o Papa, a concluir - implica a coerência de vida,
fonte de alegria e de fecundidade. “Isto vale também tanto no que diz respeito ao
apego e fidelidade ao ensinamento moral da Igreja como também, por exemplo, à coragem
em professar as suas convicções cristãs, sem arrogância mas com respeito, nos diversos
ambientes onde se vive. Aqueles que estão empenhado na vida pública têm neste domínio
uma responsabilidade particular”.