2012-11-16 11:57:12

Universidade Centro Americana recorda 23 anos do assassinato de 6 jesuítas


El Salvador (RV) - Há exatos 23 anos, em plena guerra civil em El Salvador, soldados do batalhão anti-guerrilha ATLACATL, treinados nos Estados Unidos, invadiram a Universidade Centro-Americana José Simeón Cañas (UCA) e assassinaram o reitor, o jesuíta espanhol Ignacio Ellacuría, junto a 5 outros religiosos. Também foram mortas a cozinheira e sua filha de 15 anos. Inicialmente o governo tentou atribuir a chacina à guerrilha “Frente Faribundo Marti para a Liberação Nacional (FMLN), partido atualmente no poder.

Carlos Ayala Rodriguez, diretor da emissora universitária Rádio Ysucca – um dos projetos mais amados pelo reitor mártir Ellacuría -, recordou em artigo publicado pela Agência Adital, que o bispo na época, Dom Arturo Rivera Dantas, definiu a tragédia como “um duro golpe para a Igreja, pois os jesuítas dedicaram parte de sua vida à formação do clero, para a Companhia de Jesus. À luz do Concílio Vaticano II, Medellín e Puebla, haviam feito a opção preferencial pelos pobres. Eram atentos à realidade política do país. Denunciavam a injustiça social e faziam propostas de mudanças”.

O tema escolhido neste ano para recordar os mártires da Universidade Centro Americana - “Um retorno aos pobres por amor é um retorno ao Evangelho” -, torna atual esta entrega radical. Há 23 anos do ocorrido, destaca Ayala, ainda está aberta a reflexão sobre a Universidade que os mártires nos deixaram, ou seja, “uma força social a serviço da verdade, da justiça, da libertação e da humanização”.

Pela chacina foram processados 1 coronel, 2 tenentes, 1 sub-tenente e cinco soldados. Sete foram absolvidos e dois condenados. O coronel Guillermo Benavides e o tenente Yusshy Mendoza foram condenados a 30 anos de prisão. Porém logo em seguida, foram beneficiados pela anistia de 1993 do então presidente Alfredo Cristiani (1989-1994), poucas horas antes da publicação de um relatório da Comissão da Verdade da ONU, que atribuiu a responsabilidade pela tragédia à cúpula militar. A Universidade Centro Americana continua a lutar pelo esclarecimento do massacre. (JE)








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