Dom Lamego: "Não vamos impor Penitência aos outros, mas comecemos por nós mesmos"
Lisboa (RV) - “O sacramento que marcará a nova evangelização é o da Reconciliação
ou Penitência”. Foi o que declarou o bispo português de Lamego ao canal televisivo
RTP-2, no último domingo, a propósito do Sínodo dos Bispos realizado em outubro no
Vaticano, do qual foi participante. O prelado, presidente da Comissão Episcopal
Missão e Nova Evangelização, sublinhou que os católicos têm de rever a sua ação e
só depois poderão “ir ao encontro do mundo para abraçá-lo, ao invés de excomungá-lo”. “Não
vamos impor a Penitência aos outros, mas vamos começar a impô-la a nós mesmos; isto
é, vamos impor uma mudança de vida a começar por nós, [os bispos] que estávamos no
Sínodo, mas também pelos sacerdotes e por aqueles que já estão dentro da Igreja, para
ver se estamos cumprindo bem o nosso papel”, referiu. D. Antônio Couto, que é especialista
em Bíblia, lembrou que a “única estratégia” das comunidades cristãs primitivas era
“viver Cristo intensamente”, atitude de onde decorrem todas as opções e comportamentos.
“É preciso uma fé ardente. Pessoas que tem um coração ardente querem levar esta chama
a outros corações. Não se trata de estratégias”, observou. O bispo de Lamego frisou
que é “absolutamente indispensável” promover uma “Igreja próxima” para responder à
“grande solidão” experimentada por parte da população portuguesa. “A Igreja,-observou-,
tem aqui um campo extraordinário para criar proximidades”, chegando até às pessoas
“com calor e amor, criando novos laços”, acrescentou. Por sua vez, o vice-presidente
da Conferência Episcopal Portuguesa e bispo do Porto, D. Manuel Clemente, refere que
atividade da Igreja Católica fora do Velho Continente dá uma “rejuvenecida” que “infelizmente
nem sempre se nota na Europa, não só pela população estar, em geral, muito envelhecida,
mas também pela falta de meios para garantir o catolicismo que se vivia nateriormente,
ou então pela demasiada estruturação em lugares que perderam muito do viço e encanto
originais do cristianismo”. (JE)