2012-11-09 16:27:46

Papa à Interpol: "Reforçar a colaboração na luta contra o terrorismo e a criminalidade"


Cidade do Vaticano (RV) - "A sociedade justa exige também ordem por uma pacífica e serena convivência civil", disse o Papa aos participantes da 81ª Assembleia Geral da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) recebidos em audiência, nesta sexta-feira, no Vaticano.

Bento XVI condenou com veemência fenômenos como o terrorismo e o crime organizado, considerados pelo pontífice "uma ofensa a toda a humanidade". Além da cúpula da Interpol, também participou do evento a Ministra do Interior da Itália, Anna Maria Cancellieri.

"É um dever reprimir o crime no contexto das normas morais e jurídicas, porque a ação contra a criminalidade deve ser sempre conduzida no respeito pelos direitos humanos" – disse Bento XVI.

Em seu discurso, o Santo Padre pediu uma maior colaboração internacional no combate ao crime e se deteve sobre as diferentes formas que a violência assumiu em nossa época, depois das grandes esperanças suscitadas pelo fim da Guerra Fria.

"As formas mais graves de criminalidade podem ser identificadas no terrorismo e no crime organizado. O terrorismo é uma das formas mais brutais de violência, semeia ódio, morte e desejo de vingança. Esse fenômeno, de subversiva estratégia típica de algumas organizações extremistas, transformou-se numa rede obscura de cumplicidades políticas, utilizando também meios tecnológicos sofisticados, importantes recursos financeiros e desenvolveu projetos de grande escala" – frisou o Papa.

Bento XVI condenou o tráfico de pessoas, forma moderna de escravidão, bem como o tráfico de remédios usados principalmente pelos pobres que matam em vez de curar. "Um comércio que se tona mais abominável quando se trata de órgãos humanos de vítimas inocentes. Esses crimes quebram as barreiras morais da civilização e repropõem uma forma de barbárie que nega o ser humano e sua dignidade" – destacou ainda o pontífice.

O Santo Padre reiterou que "a violência é sempre inaceitável, pois fere profundamente a dignidade humana".

"A luta contra a violência deve certamente coibir o crime e defender a sociedade, mas cuidar também do arrependimento e correção do criminoso que é sempre uma pessoa humana e não deve ser excluído da sociedade, mas recuperado. Ao mesmo tempo, a colaboração internacional contra o crime não pode se limitar apenas em operações policiais. É essencial que a necessária obra repressiva seja acompanhada pela atenção aos fatores de exclusão social e indigência que podem fomentar a violência. A resposta contra violência e ao crime não pode ser delegada somente à Polícia, mas requer a participação de todos os sujeitos que podem incidir sobre esse fenômeno" – disse ainda o Papa.

"Combater a violência é um compromisso que deve envolver não só as instituições e organismos, mas a sociedade como um todo, incluindo as entidades religiosas. Cada um tem a sua parcela específica de responsabilidade por um futuro de justiça e de paz" – frisou Bento XVI.

No momento da saudação, o Papa manifestou sua gratidão à Interpol pela colaboração com a Gendarmaria vaticana, especialmente nas viagens apostólicas internacionais. (MJ)







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