Jales (RV) - Aos poucos vai se firmando em novembro uma celebração especial.
Trata-se do aniversário da Cáritas Brasileira. Ela foi fundada no dia 12 de novembro
de 1956.
Aqueles eram tempos de semeaduras, que se mostraram depois muito
oportunas e fecundas.
Basta conferir sua sequência. Em 1948 era fundada a
ONU, que de imediato elencou sua “carta de princípios”, os Direitos Humanos a serem
reconhecidos e respeitados em todo o mundo.
Em 1952 era criada a CNBB, que
comprovou logo sua validade como instituição articuladora da ação da Igreja no Brasil.
Em 1955 era criado o CELAM – o Conselho Episcopal Latino Americano, o primeiro
órgão de coordenação continental da Igreja Católica.
Em 1956 era realizado
o Tratado de Roma, que se tornaria o embrião da atual Comunidade Européia, que deu
feições novas ao velho continente.
Poderíamos encerrar o relado das efemérides
importantes daquela década, lembrando o dia 25 de janeiro de 1959, quando João 23
anunciou o Concílio Vaticano II.
Voltamos agora para o dia 12 de novembro,
a data que nos ocupa nestes dias.
No Brasil o protagonista de quase todos os
eventos eclesiais importantes naquela época era Dom Helder Câmara. Ele tomou as
providências para fundar aqui no Brasil a Cáritas Brasileira, que passaria a se integrar
na rede da Cáritas Internacional.
Para reforçar o significado da data, ultimamente
a Cáritas Brasileira tomou duas iniciativas convergentes. De um lado, ampliou o espaço
da celebração, propondo a realização anual da “Semana da Solidariedade”, a ser celebrada
todos os anos nas proximidades do dia 12 de novembro.
Outra iniciativa, que
ainda se encontra na sua fase experimental, é a outorga de um prêmio para projetos
sociais que se destacam, por seus objetivos e por sua metodologia participativa.
Trata-se
do “Prêmio Odair Firmino de Solidariedade”, a ser conferido ao vencedor do concurso
que aos poucos vai motivando os muitos projetos sociais levados adiante por Cáritas
Diocesanas, ou por outras insituições parceiras da Cáritas no desenvolvimento de seus
projetos sociais.
O prêmio cumpre também outra função, muito grata à Cáritas
Brasileira, que é a de recordar, com saudade e admiração, a figura do Odair Firmino,
falecido há pouco tempo, e que nos deixou um grande exemplo de devotamento à Cáritas
Brasileira.
A Semana da Solidariedade se destina também a suscitar outras
iniciativas, que se enquadrem dentro dos objetivos da Cáritas. Em Jales, por exemplo,
vai se firmando a tradição da “quermesse da solidariedade”, organizada pela Cáritas
Paroquial, em conjunto com diversas outras entidades sociais, que se juntam para a
promoção deste evento festivo, mas que ao mesmo tempo serve de oportunidade para arrecadar
fundos em benefício dos diversos projetos sociais em andamento.
Assim, aos
poucos, a “caridade” vai tendo um espaço garantido, para que a comunidade assegure
o compromisso que os primeiros cristãos souberam recomendar com clareza e insistência,
quando pediram a Paulo “que não se esquecesse dos pobres”.
Pois é fácil esquecer,
se a comunidade não se compromete com projetos bem concretos, que demandam uma atuação
sistemática e continua.
A “Semana da Solidariedade” quer garantir que a solidariedade
seja assumida como um compromisso de toda a comunidade cristã.