Cardeal Grocholewski no V Congresso Mundial de Metafísica: "A pesquisa do absoluto
e do infinito nunca deve cessar"
Roma (RV) - Foi aberto nesta quinta-feira em Roma o V Congresso Mundial de
Metafísica, organizado pela Fundação de Estudos e Pesquisas Idente. Durante dois dias
cerca de 150 participantes de 29 países debaterão questões da metafísica e suas relações
com outras ciências, nos diversos âmbitos da cultura.
No discurso de abertura,
o Prefeito da Congregação para a Educação Católica e Presidente Honorário do Congresso,
Cardeal Zenon Grocholewski, enviou os cumprimentos do Papa Bento XVI aos participantes,
destacando a importância que Bento XVI dá à metafísica, “assim como ao diálogo estimulante,
vivo e fecundo entre estudiosos e pesquisadores”.
”O campo da metafísica -
continuou o cardeal - "nos dá provas de que um grande interesse pelo absoluto, pelo
infinito, pelo fundamento último da nossa existência e do nosso pensar não desapareceu
da cultura humana considerada em sua universalidade. Na verdade, não haveria nenhuma
filosofia ou religião, nem os grandes ideais que transformam a história sem a perquisa
metafísica. “Tentar responder às grandes questões humanas - acrescentou - é certamente
uma tarefa que os filósofos nunca deveriam desistir, porque não podem fechar-se em
nenhuma torre de marfim fora do mundo e dos progressos que se realizam nas diferentes
áreas do conhecimento humano."
Falando sobre a realidade atual, destacou que
“infelizmente se evita fazer estes questionamentos e se procura limitar o uso da razão
somente para o que pode ser experimentado, e se esquece que cada ciência deve sempre
salvaguardar o homem e promover a sua aspiração por um bem autêntica. Superestimar
o “fazer” ocultando o '"ser" – adverte - não ajuda a reconstruir o equilíbrio fundamental,
de que todo mundo precisa dar a sua vida uma base sólida e um bom propósito ", lembrando
discurso proferido por Bento XVI em 21 de outubro de 2006 na Pontifícia Universidade
Lateranense.
Por sua vez, o Presidente do Congresso, professor Jesús Hernández
Fernández, disse que "já a algum tempo, o mundo intelectual não vê com bons olhos
a metafísica, e isso é preocupante". Em uma época em que reina o relativismo e o pragmatismo
- acrescentou – a metafísica morreu na sensibilidade histórica do pensamento que a
ignora totalmente."
Padre Fernández Hernández destacou em seguida as deficiências
dos resultados da metafísica, afirmando que "não é menos verdade o fiasco retumbante
de um cientificismo que havia sido criado há décadas como a panacéia explicativa e
compreensiva da realidade. As deficiências humanas ainda existem: a injustiça, a pobreza,
a marginalização, a violência, a doença, a solidão, a insegurança e, finalmente, a
morte inexorável ".
"A única metafísica possível - concluiu - é aquela do
amor absoluto que pode nos dar uma visão cada vez mais formada, que pode dar um sentido,
uma unidade ao nosso ser e ao nosso agir." (JE)