2012-11-07 10:38:23

Novo Patriarca Copta fala sobre situação política e religiosa no Egito


Cairo (RV) - “A nova constituição egípcia deverá ser “inclusiva”. Se o que os parlamentares estão se preparando para apresentar for um texto em que todos se sintam representados, não há dúvida que trará benefícios e desenvolvimento para o Egito”. Foi o que declarou à imprensa o novo Patriarca copta Tawadros II sobre os trabalhos em andamento na Assembléia Constituinte egípcia.
Falando em diversas entrevistas desde sua eleição, o Patriarca ortodoxo reiterou que a Igreja copta se oporia a qualquer texto voltado somente à maioria muçulmana do país. Além disto, ele apelou para uma maior participação da comunidade copta na construção do novo Estado surgido das cinzas após a queda do regime de Hosni Mubarack.
Tawadros II dirigiu-se aos muçulmanos afirmando que “o Egito é um país incomparável”, e, exortando-os a uma convivência pacífica afirmou: “Nós temos o coração aberto. Vocês tem todo o nosso respeito e continuaremos a seguir o bom exemplo de coexistência, apesar dos recentes incidentes que tentam colocar em perigo esta unidade”.
Falando ao jornal independente “Youm 7”, Tawadros reiterou que “ainda é muito cedo para avaliar as ações do Presidente Mohammed Morsi”, enquanto ao cotidiano “Al Shorouq” sublinhou que a imigração forçada dos cristãos do Egito “é uma coisa que mancha a reputação do país”.O Patriarca acrescentou que "é dever do Estado dar segurança à população" e defendê-la de eventuais ameaças e abusos.
As tensões entre muçulmanos e coptas no país foram reiniciadas durante a longa transição pós-revolucionaria, quando, no segundo turno para as eleições presidenciais, os partidos islâmicos acusaram os coptas de se mobilizarem em favor da vitória do candidato conservador Ahmed Shafiq, ligada ao antigo regime. A Igreja Copta, além disto, não poupou críticas à Assembléia Constituinte dominada por islâmicos e acusada ​​de não ser suficientemente representativa da sociedade egípcia.
Os cristãos constituem 10% de uma população de cerca de 83 milhões de pessoas. (JE)








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