Novas construções israelenses em território palestino
Jerusalém (RV) - Israel divulgou os projetos de construção de novas casas para
os colonos, apesar da oposição internacional em relação às suas políticas de assentamento.
Já na última segunda-feira a organização israelense B’T Selem denunciara as difíceis
condições de vida dos palestinos depois de dez anos da construção do muro.
São
1.285 as novas casas que o governo israelense pretende construir para os colonos.
A publicação dos editais nesta terça-feira, 06, delineia a geografia das futuras construções,
a maior parte localizada em Ramot e Pisgat Zeev, Leste de Jerusalém, de maioria árabe,
ocupada após a guerra de 1967. As demais edificações estão na Cisjordânia, no assentamento
de Ariel, na região da Samaria.
Imediata a reação palestina: A Autoridade Nacional
Palestina reafirmou a intenção já expressa por Abu Mazen no último mês de setembro,
de obter da ONU, o reconhecimento da Palestina como “Estado não membro” das Nações
Unidas.
Dom William Shomali, Vigário Patriarcal de Jerusalém falando à Rádio
Vaticano disse que “a Terra Santa tem mais necessidade de paz do que de assentamentos,
e a paz não se faz, não se constrói, realizando assentamentos. Eu diria – continua
o vigário – que é preciso ir imediatamente às negociações, sem criar fatos no terreno:
negociar o quanto antes e chegar a uma conclusão, a um tratado de paz. O fato que
essa decisão, essas construções, se manifestaram na vigília das eleições estadunidenses
também me chama a atenção, porque há uma relação entre o voto nos Estados Unidos e
esta questão: não se registrarão reações. Todavia, vejo que a situação diplomática
é difícil, as negociações estão congeladas neste momento. A oração continua sendo
muito importante, pois somente o Senhor pode nos ajudar a sair deste círculo vicioso”,
afirmou.
A organização não-governamental pacifista israelense "Peace Now",
acredita, como também Dom Shomali, que a publicação dos editais de construção no dia
do voto nos Estados Unidos não seja um caso, considerando a pouca atenção que a notícia
receberá da comunidade internacional que frequentemente condenou a política dos assentamentos
nos territórios palestinos.
Duras críticas tinham chegado recentemente sobretudo
da União Européia. São mais de 340 mil os israelenses que vivem nas colônias da Cisjordânia,
outros 200 mil estão espalhados em uma dezena de bairros dos colonos no leste de Jerusalém,
entre os 270 mil palestinos que ali vivem e que desejam a Cidade Santa como a capital
do seu futuro Estado. (SP)