2012-11-02 14:29:12

Capela Sistina será climatizada para resguardar obra de Michelângelo


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Bento XVI celebrou no último 31 de outubro as Vésperas na Vigília da Solenidade de Todos os Santos na Capela Sistina, na data em que completou 500 anos desde a sua inauguração. A rádio Vaticano conversou com o diretor dos Museus Vaticanos, Antonio Paolucci, sobre o significado desta obra-prima e o perigo que os 5 milhões de visitantes anuais podem representar para os afrescos de Michelangelo.
Segundo Antonio Paolucci, é necessário, primeiramente, pensar a Capela Sistina como um local por excelência da arte universal. “A Capela Sistina,_destaca_ é, de fato, um dos locais em museus mais célebres do mundo. É o local onde se celebram as grandes liturgias papais, onde os cardeais elegem o novo Pontífice, e tudo isto tem um efeito extraordinário sobre os fiéis e sobre homens e mulheres de todo o mundo, de cada credo ou mesmo os que não professam nenhuma religião. Acredito que na sensibilidade dos nossos artistas contemporâneos, Michelangelo, juntamente com Leonardo da Vinci, ocupe o primeiro lugar. Também para os fiéis do mundo inteiro a Capela Sistina está relacionada com a Igreja Católica. As suas pinturas e os seus afrescos representam o catecismo básico da nossa fé. A teologia, a doutrina católica, estão representados nos seus afrescos não somente por Michelangelo, mas também por Boticelli, Perugino, Ghirlandaio e Rosselli: da entrega das chaves à história de Moisés, àquela de Cristo, ao início do mundo e do seu fim. Do Alfa ao Ômega, o Apocalipse, o Inferno, o Paraíso.... Todo o catecismo está, poderíamos dizer, nas figuras da Capela Sistina.”
Perguntado sobre o alarme lançado sobre as condições de conservação da Capela Sistina e a possibilidade da realização de visitas por um número reduzido de turistas, respondeu Paolucci: “A minha preocupação agora é aquela de controlar e eliminar as variáveis de risco que uma pressão antrópica muito forte, um número muito grande de visitantes possa trazer consigo. Não que existam perigos a curto prazo para os afrescos de Michelangelo e dos outros artistas. Mas todas estas pessoas, cinco milhões por ano, em alguns dias 20 mil, levam com sua presença alguns riscos: a poeira que cada um leva consigo vinda de fora, a umidade, a temperatura, o anidrido carbônico, que são conseqüência de nossa respiração. Se se levar em conta que atualmente a temperatura e a umidade não são controladas de modo rigoroso no interior da capela Sistina, este somatório de fatores poderá, com o tempo, desencadear processos de degradação. Assim, antes de permitir apenas um numero fechado de visitantes, eu estou pesquisando junto às empresas mais importantes do mundo deste setor, um novo sistema de climatização de ambiente, de última geração, que permita retirar os agentes poluidores, a poeira e um controle absoluto da temperatura e da umidade, permitindo assim uma boa saúde para a Capela Sistina e aos seus afrescos nos próximos 5 séculos. Proximamente apresentaremos um projeto ao público. E, como existem financiamentos, acredito que no próximo ano o novo sistema poderia entrar em funcionamento”, completou.(JE)








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