Em Moscou, consagrada Igreja onde 130 reféns morreram em 2002
Moscou (RV) - O antigo teatro Dubrovka, em Moscou, deu lugar no último dia
26 a uma igreja dedicada aos santos Cirilo e Metódio. O local havia sido invadido
por forças especiais russas em 2002 para desabrigar um comando checheno, o que provocou
a morte de 130 pessoas. A igreja foi consagrada na presença dos parentes dos reféns
mortos na invasão, neste 10º aniversário da invasão. Nenhuma autoridade russa compareceu
ou emitiu qualquer comunicado.
Em 23 de outubro de 2002 terroristas chechenos
tomaram de assalto o edifício fazendo 916 reféns, entre os quais 100 crianças. Forças
especiais russas mantiveram o local cercado por três dias, quando ocorreu a invasão.
A maior parte dos reféns foi libertada, mas a um custo elevadíssimo de vidas humanas:
130 reféns foram mortos segundo dados oficiais, (174 segundo fontes independentes),
além dos terroristas 39 chechenos.
Para os parentes das vítimas, a principal
causa da tragédia foi a inalação de um gás sonífero colocado dentro do teatro através
do sistema de ventilação. As autoridades sempre se recusaram a revelar a composição
do gás, considerado “segredo de estado”. As intoxicações provocada pelo misterioso
gás provocaram invalidez nos 700 sobreviventes, em diversos níveis. Em uma Moscou
esbranquiçada pela primeira neve de outono, cerca de 200 parentes das vítimas se reuniram
no local para recordar o trágico evento. Nenhuma autoridade russa compareceu à cerimônia.
Em dezembro último, a Corte Européia de Estrasburgo para os Direitos Humanos condenou
a Rússia a pagar um total de 1,3 milhões de euros a 64 ex-reféns ou parentes das vítimas
que levaram adiante uma batalha legal. Os juízes reconheceram como legítima a blitz
das forças especiais mas consideraram inadequada a organização das operações de regaste.
(JE)