Cidade do Vaticano (RV) – Momentos finais do Sínodo dos Bispos sobre a Nova
Evangelização, que se encerra no sábado, 27, no Vaticano.
Este penúltimo dia
é de intenso trabalho para os padres sinodais, na presença do Santo Padre. Pela manhã,
os participantes aprovaram a Mensagem do Sínodo dos Bispos para o Povo de Deus, na
conclusão da 13ª Assembleia Geral. O texto foi apresentado ao público na Sala de Imprensa
da Santa Sé, em coletiva de imprensa.
Participaram da coletiva o Presidente
da Comissão para a Mensagem, Card. Giuseppe Betori, o Secretário Especial, Dom Pierre
Marie Carré, o Diretor da Sala de Imprensa, Pe. Federico Lombardi, e mais dois membros
da Comissão.
No texto, divido em 14 pontos, os padres sinodais afirmam que
conduzir os homens e as mulheres do nosso tempo a Jesus é uma urgência que diz respeito
a todas as regiões do mundo, de antiga e recente evangelização. Não se trata de recomeçar
do zero, mas de inserir-se num longo caminho de proclamação do Evangelho que, desde
os primeiros séculos da era cristã até hoje, percorreu a História e edificou comunidades
de fiéis em todas as partes do mundo, fruto da dedicação de missionários e de mártires.
Caminho que começa com o encontro pessoal com Jesus Cristo e com a escuta
das Escrituras. “Para evangelizar o mundo, a Igreja deve, antes de tudo, colocar-se
à escuta da Palavra”, escrevem os Padres sinodais, ou seja, o convite a evangelizar
se traduz num apelo à conversão, a começar por nós mesmos.
Os Bispos apontam
como lugar natural da primeira evangelização a família, que desempenha um papel fundamental
para a transmissão da fé. Diante das crises pelas quais passa essa célula fundamental
da sociedade, com inúmeros laços matrimoniais que se desfazem, os Padres Sinodais
se dirigem diretamente às famílias de todo o mundo, para dizer que o amor do Senhor
não abandona ninguém, que também a Igreja as ama e é casa acolhedora para todos.
Os
jovens também são destinatários da Mensagem do Sínodo, definidos “presente e futuro
da humanidade e da Igreja”. A nova evangelização encontra nos jovens um campo difícil,
mas promissor, como demonstram as Jornadas Mundiais da Juventude.
Os horizontes
da nova evangelização são vastos tanto quanto o mundo, afirma o Sínodo, portanto é
fundamental o diálogo em vários setores: com a cultura, a educação, as comunicações
sociais, a ciência e a economia. Fundamental é o diálogo inter-religioso que contribua
para a paz, rejeita o fundamentalismo e denuncia a violência contra os fiéis, grave
violação dos Direitos Humanos.
Na última parte, a Mensagem se dirige à Igreja
em cada região do mundo: às Igrejas no Oriente, faz votos de que possa praticar a
fé em condições de paz e de liberdade religiosa; à Igreja na África pede que desenvolva
a evangelização no encontro com as antigas e novas culturas, pedindo aos governos
que acabem com conflitos e violências.
Os cristãos na América do Norte, que
vivem numa cultura com muitas expressões distantes do Evangelho, devem priorizar a
conversão e estarem abertos ao acolhimento de imigrantes e refugiados.
Os
Padres Sinodais se dirigem à América Latina com sentimento de gratidão. “Impressiona
de modo especial como no decorrer dos séculos tenha se desenvolvido formas de religiosidade
popular, de serviço da caridade e de diálogo com as culturas. Agora, diante de muitos
desafios do presente, em primeiro lugar a pobreza e a violência, a Igreja na América
Latina e no Caribe é exortada a viver num estado permanente de missão, anunciando
o Evangelho com esperança e alegria, formando comunidades de verdadeiros discípulos
missionários de Jesus Cristo, mostrando no empenho de seus filhos como o Evangelho
pode ser fonte de uma nova sociedade justa e fraterna. Também o pluralismo religioso
interroga as Igrejas da região e exige um renovado anúncio do Evangelho.”
Já
a Igreja na Ásia, mesmo constituindo uma minoria, muitas vezes às margens da sociedade
e perseguida, é encorajada e exortada à firmeza da fé. A Europa, marcada por uma secularização
agressiva, é chamada a enfrentar dificuldades no presente e, diante delas, os fieis
não devem se abater, mas enfrentá-las como um desafio. À Oceania, por fim, se pede
que continue pregando o Evangelho.
A Mensagem se conclui fazendo votos de
que Maria, Estrela da nova evangelização, ilumine o caminho e faça florescer o deserto.