Tóquio (RV)
- Saúdo fraternalmente a todos os ouvintes do Programa Brasileiro.
Em todas
as culturas, os seres humanos tentaram e tentam encontrar explicações e causas para
certos fenômenos naturais ou fora do alcance de seu conhecimento. Por isso, lendas,
mitos e histórias sobre seres estranhos e monstros enriquecem o folclore de todas
as culturas.
Kappa é o monstro extremamente popular e conhecido no Japão. É
descrito como uma criatura do tamanho de uma criança, com a pele escamosa com a cor
variando entre a vermelha, azul, acinzentada, amarela e azul-escuro .Seus pés e mãos
são geralmente providos de três dedos ligados por membranas , facilitando os movimentos
na água. Uma espécie de “pires” com água fica sobre a cabeça, a parte mais delicada
de seu corpo. Quando a água seca, o Kappa morre.
Acredita-se que ele vive em
todos os lagos, rios, pântanos e mares do país, saindo para terra firme somente para
capturar alguma presa. São espíritos com dois lados: um maléfico e outro benéfico.
Pelo lado maléfico, tradicionalmente, os contos populares retratam os Kappas como
mal intencionados, ávidos por sugar o sangue e comer o fígado de suas vítimas. Um
detalhe estranho, diz-se também que os Kappas gostam de arrancar as nádegas das pessoas.
Para
acalmar um Kappa irritado é aconselhável fazer diversas inclinações às quais ele se
sente obrigado a retribuir. Inclinando a cabeça, a água contida naquela espécie de
pires de que falamos anteriormente, se derrama e ele deve voltar para a água para
não morrer. Outro método para apaziguá-lo é dar-lhe sua comida predileta, pepinos.
Escrevendo o nome da pessoa na casca dos pepinos, os Kappas comerão e não lhe farão
mal, como sinal de apreço.
Nem tudo é ruim nos Kappas. Gostam do sumô, ajudam
os agricultores nas plantações de arroz, arrancando os matinhos que crescem na imediações.
Em alguns casos tornam-se protetores das famílias, zelam por elas provendo-as com
peixes frescos.
Independentemente das crenças, lendas e superstições, o bom
tratamento é sempre bem-vindo com os seres da natureza bem como com os humanos.
Missionário
P. Olmes Milani CS
Do Japão para a Rádio Vaticano