Igreja na Guatemala: Não é com a repressão que se resolvem os problemas
Cidade da Guatemala (RV) - O Bispo de San Marcos, na Guatemala, Dom Álvaro
Leonel Ramazzini Imeri, pediu publicamente ao Governo para responder às exigências
da população de Totonicapán, através do diálogo e não da repressão.
No último
dia 4, os indígenas de 48 cantões de Totonicapán bloquearam em cinco pontos as rodovias
que ligam a capital desse departamento, para protestar contra o alto preço da energia
elétrica e a proposta de reforma constitucional apresentada pelo Executivo. O Exército
chegou ao local da manifestação, denominado Alaska, para desbloquear as estradas e
abriu fogo contra o povo por razões ainda desconhecidas.
Nesse confronto morreram
seis indígenas e vários manifestantes ficaram feridos. No último dia 15, a ONU pediu
ao Governo da Guatemala para esclarecer a situação e estabelecer um diálogo com os
indígenas.
A nota enviada à Agência Fides informa que Dom Álvaro Ramazzini
falou a milhares de indígenas que participaram na última terça-feira, 23, da marcha
pacífica de 7 km realizada sem bloquear as ruas. A manifestação terminou na Praça
São Miguel, em Totonicapán, onde o Bispo guiou a oração pelos mortos nos confrontos
de Alaska e concluiu seu discurso com uma reflexão pública dirigida ao Governo.
Em
relação à lei sobre o desenvolvimento rural, que não é levada em consideração, Dom
Ramazzini disse: "É um duro golpe aos agricultores. É como pressionar mais ainda a
ferida e o sofrimento dos irmãos agricultores. É preciso mudar de mentalidade e realmente
se tornar representantes dos interesses do povo guatemalteco".
Falando sobre
a questão de mineração o prelado concluiu: "O ministro de Minas e Energia propôs uma
reforma sem levar em conta que somos contrários a um modelo de desenvolvimento baseado
no setor de mineração." (MJ)