Líbano: tensão aumenta depois do atentado. Patriarca fala de crime contra a paz
Cidade do Vaticano (RV) - Parte da multidão que compareceu ao funeral do ex-chefe
de inteligência do Líbano neste domingo, em Beirute, entrou em choque com a polícia,
em meio à crescente tensão no país.
O velório de Wissam al-Hassan, morto num
atentado na sexta-feira, causou indignação entre diversos libaneses, que culpam o
regime da Síria pelo ataque.
Milhares de pessoas foram às ruas de Beirute
para o funeral. Alguns compareceram ao funeral carregando bandeiras libanesas e faixas
contra o presidente sírio, Bashar al-Assad. Neste domingo, os manifestantes tentaram
invadir a sede do governo libanês. A polícia disparou gás lacrimogêneo para conter
a multidão.
Enquanto isso, o Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Bechara
Boutros Rai, condenou a explosão.
Segundo o líder da Igreja maronita – contatado
pela Agência Fides em Roma, onde se encontra para participar da Assembleia do Sínodo
dos Bispos – “este atentado brutal, contra um alto responsável pela segurança interna,
demonstra quanto as mãos do Mal sejam criminosas e que os responsáveis pelo atentado
não temem nem Deus nem o juízo da História.
"O Líbano – prossegue o Patriarca
Rai – ainda estava impressionado com a visita de Bento XVI e o atentado é um crime
contra paz e os efeitos positivos da visita do Papa."
Diante dos desígnios
de morte que de novo atentam contra a pacífica convivência do Líbano, o Patriarca
Rai convida todos os seus conterrâneos a unirem-se e a trabalharem juntos por um futuro
de paz: "Nos entristece e nos faz mal – declara sua Beatitude a Fides – a perda de
vidas humanas e os prejuízos materiais. Mas a nossa fé e a nossa esperança, e a de
todos os libaneses, não cedem. O Líbano, ferido na sua dignidade, permanece a terra
dos Santos e o Oásis de paz e de esperança".