Foi apresentado em Roma esta semana o "Relatório sobre Liberdade Religiosa no Mundo
em 2012" desenvolvido e publicado pela "Ajuda à Igreja que Sofre". De realçar um quadro
geral que revela um agravamento em relação ao ano de 2011, em que são, sobretudo as
Igrejas cristãs, a sentir graves discriminações, que muitas vezes se transformam em
violência. O Relatório examina 196 países, 131 dos quais com maioria de religião cristã.
Curiosamente, são precisamente os cristãos a sofrerem mais agressões.
Também
outras minorias religiosas são citadas no Relatório como vítimas de agressões. Por
exemplo, na China e noutros países orientais estão em aumento tentativas dos governos
de sujeitar as comunidades religiosas ao controlo do Estado. Particularmente preocupante
a situação nos países da "primavera árabe", onde as instâncias democráticas, desde
a primeira hora, deram espaço a um Islão não moderado. A nossa emissora interpelou,
a este propósito, o padre jesuíta egípcio Samir Khalil Samir, especialista em Islamismo,
na Universidade de Saint Joseph de Beirute: "Para eles o ideal é impor a
Sharia Islâmica. Consideram que é a lei ditada por Deus a Maomé, no século VII. Sendo
uma lei divina, é forçosamente perfeita. ‘Todas as vossas constituições - dizem-nos
- são humanas, portanto imperfeitas’. Os cristãos, sendo uma minoria (embora forte),
são os primeiros a sentir esta exclusão. A situação, portanto, é cada vez mais difícil.
A solução? Queremos mudar, mas é preciso uma mudança de mentalidade, de visão política.
Estamos, contudo, ainda muito longe."