Ministro moçambicano dos Neg. Estrang. expõe "diplomacia económica"
Ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi encontrou em Roma terça-feira o
homológo italiano. A Itália anunciou aumento de investimentos em Moçambique
“Estamos
na era da diplomacia económica”. Assim define o Ministro Oldemir Baloi a
ofensiva do governo moçambicano por meio de suas embaixadas para atrair novos investimentos
ao país. Somente com a Itália, os investimentos chegam a 300 milhões de Euros, cerca
de 100 milhões da iniciativa privada italiana que atua principalmente no setor dos
recursos hídricos, gás, minerais, energias renováveis, agricultura e turismo.
“As
nossas embaixadas receberam instruções claras que, para além das relações políticas
e de amizade, entrassem fortemente no caminho econômico. Por isso, em algumas embaixadas,
temos representantes de setores específicos seja da atração de investimentos, do turismo
ou do comércio. Então, viramos claramente de foco”.
Contudo, essa ofensiva
se defronta com crise na Europa. Os tradicionais países doadores reduziram as verbas
destinadas ao apoio ao desenvolvimento de Moçambique, e Baloi sabe que isso é fundamental.
“Para isso contamos com o apoio de muitos países amigos, Itália inclusive, mas também
(queremos) devolver o papel ativo ao setor privado nacional - investimento interno
e externo. Portanto, tudo isso resulta de uma mudança graças à paz que se estabeleceu”.
Paz
que volta a ser celebrada em Roma nesta quarta-feira, quando um encontro na sede da
diplomacia italiana vai discutir como os exemplos do Acordo Geral de Paz de Moçambique
podem ser utilizados hoje para resolver crises em toda a África. Sobre Moçambique,
o Ministro Baloi enumera as prioridades.
“Nós temos necessidades de
toda a ordem. Temos necessidade no domínio social, no domínio econômico, e nesse sentido
eu costumo utilizar uma expressão muito simples. Primeira prioridade: educação. Somente
com o capital humano podemos nos desenvolver. E o conceito de capital humano quando
falamos de educação estamos falando também de saúde, de sanidade e de ambiente. Segunda
ponto: infraestruturas. Terceiro: produção alimentar aliada à exportação, ao consumo
interno. O resultado tem sido bom. Agora não só aparecem pequenas empresas em Moçambique
como também grandes empresas porque o governo tem, frequentemente, aumentado a sua
capacidade de compreender os fenomenos, de planear, de estabelecer estratégias e com
estas estratégias a qualidade dos resultados é proporcional aos esforços. Temos muito
ainda a fazer mas estamos satisfeitos”.