2012-10-16 15:22:18

Orçamento do Estado penaliza famílias portuguesas. O presidente da Caritas, Eugénio da Fonseca


Em Portugal, as famílias são as mais penalizadas com o agravamento previsto na proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, apresentado no Parlamento nesta segunda-feira (na foto, manifestação diante da Assembleia da República).
A carga fiscal vai aumentar 30%, em média, no próximo ano e ninguém escapa, seja casado, solteiro ou pensionista, trabalhador do sector privado ou do público, em virtude da redução dos escalões e do aumento da sobretaxa de IRS, ou seja, mais de 85% do aumento da receita fiscal é suportada pelas famílias.
Por exemplo, um solteiro com um ordenado médio de mil euros, praticamente, não pagou IRS este ano. Depois das deduções, entregou ao Estado 13 euros. Mas em 2013 as contas serão outras. O mesmo solteiro vai entregar 500 euros em IRS e se trabalhar na função pública o IRS a pagar cai para cerca de metade.
Outra situação: Um casal, os dois funcionários públicos, com um rendimento mensal de 3 mil euros, vai pagar no próximo ano cerca de 2.600 euros a mais, só em IRS. O mesmo casal, no sector privado, vê o IRS aumentar mais 2.100 euros.
No caso dos pensionistas, quem tem pensões mensais de mil euros vai pagar mais 720 euros em IRS, no próximo ano. Nas pensões de 1.500 euros, a factura sobe para mais de 1.100 euros e assim sucessivamente. Quanto maior o rendimento, mais o valor do IRS a pagar ao Estado.
O rendimento disponível cai para todos os reformados e pensionistas. Contas feitas, o 1,1 de subsídio que o Estado repõe no próximo ano vai servir para pagar o aumento de impostos.
Mantém-se ainda o corte de 6% no subsídio de desemprego, e 5% no subsídio de doença, excepto para baixas inferiores a 30 dias... Os dois dizem respeito a descontos para a segurança social... O Subsídio de morte cai para metade, até um máximo de 1257 euros...
Os pequenos accionistas perdem as isenções.... Todas as mais valias passam a ser tributadas a 28%... O mesmo vai acontecer com as poupanças...
Quem contratar desempregados com mais de 45 anos, pode ter uma redução na TSU...e o governa mantém ainda a autorização para criar uma taxa sobre transações financeiras, que pode ir até 0,3%...
Na função pública... mantem-se os cortes salariais, entre 3,5 e 10%... agora alargado também aos pensionistas... Mas enquanto os salários só sofrem cortes a partir dos 1500 euros, as pensões é logo a partir dos 1350 euros... O subsídio de natal vai ser pago mensalmente...
O trabalho suplementar sofre novo corte para metade e as ajudas de custo diminuem… tudo isto más noticias para os portugueses, mas o sector social tem uma boa noticia: Há um reforço de 251 milhões de euros para o Programa de Emergência Social, uma prova que o governo ouviu os pedidos das Instituições Particulares de Solidariedade Social.
O elogio é do Presidente da Cáritas Portuguesa que se mostra, contudo, preocupado com o impacto deste orçamento nas famílias.
Em entrevista ao nosso correspondente em Portugal Domingos Pinto, Eugénio da Fonseca diz que a receita do governo é demasiado dura para um país com tantas dificuldades: RealAudioMP3
As preocupações do Presidente da Cáritas Portuguesa perante a situação do país que se vê agora confrontado com um orçamento duríssimo numa altura em que os portugueses já não sabem como apertar mais o cinto.








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