Leigos e família, promotores da nova evangelização: intervenções no Sínodo
Formar adequadamente os leigos, apoiar a família, promover o diálogo ecuménico e inter-religioso:
estes os instrumentos da nova evangelização, colocados em evidência na manhã de ontem
15 de Outubro pelos bispos sinodais, que começaram por exprimir preocupção pelos desenvolvimentos
da situação social e política no Mali, onde as escaramuças entre rebeldes e governo
provisório continuam a ameaçar a vida de todos. Os bispos pedem a paz que traga condições
para o diálogo e para um caminho de evangelização do povo maliano.
Também os
acontecimentos políticos e económicos da Europa preocupam os bispos siinodais que,
juntamente com o fenómeno da globalização, criaram novas formas de sofrimento. Uma
Europa onde se encontra um clima cada vez mais hostil em relação aos cristãos. Deus,
se não é negado, é desconhecido. É, portanto, fundamental que a Igreja não se afaste
da sociedade, caso contrário a evangelização não terá frutos. Para tal elemento essencial,
segundo os bispos, são os leigos, que deverão constituir redes de contacto e de presença
cristã na sociedade. Há que ativar estruturas de apoio aos leigos, eventualmente até
a realização de sínodos locais em que estes tenham parte ativa.
Outro grande
desafio é a família, Igreja Doméstica. A Assembleia Sinodal aponta a família como
o problema número um da sociedade. Uma sociedade onde, por vezes, parece mais importante
a fidelidade ao "clube do coração" do que à própria família. Está em causa a estabilidade
e equilíbrio da própria sociedade. Os bispos propõem que a família seja colocada no
centro do debate político, económico e cultural. E colocam a questão: Não será hoje
a própria Igreja mais uma instituição do que uma família?
Finalmente, as questõed
sempre na ordem do dia, como o diálogo inter-religioso, onde existe uma real dificuldade
de diálogo com o Islão: por exemplo no Paquistão, onde está em vigor uma lei sobre
a blasfémia, ou no Médio Oriente onde os cristãos são cada vez menos. O Sínodo aposta
no trabalho com os jovens muçulmanos que encontram no Evangelho alegria, liberdade
e amor.
Também de ecumenismo se falou no dia de ontem, tendo surgido a ideia
de uma estratégia pastoral acordada entre católicos e ortodoxos para defesa da identidade
cristã na Europa e no Mundo, favorecendo o diálogo e a relação entre os cristãos.