Monge beneditino brasileiro recebe prêmio na Itália
Cesena (RV) - Por ter-se distinguido em seu trabalho no plano da interculturalidade
e do diálogo de gêneros, e inter-religioso, Dom Marcelo Barros acaba de vencer a primeira
edição do Prêmio da Paz instituído pelos municípios da província de Cesena e Forli,
no norte da Itália. O prêmio anual é simbólico: consta de um diploma e o ícone de
um crucifixo antigo, símbolo da cidade de Longiano.
Marcelo Barros de Sousa
tem 58 anos, é um monge beneditino, escritor e teólogo. Nascido em Camaragibe, Pernambuco,
numa família de operários, aos 18 anos entrou no Mosteiro dos Beneditinos de Olinda.
Em 1969 foi ordenado por Dom Hélder Câmara e, durante quase dez anos, de 1967 a 1976,
trabalhou como secretário e assessor de Dom Hélder para assuntos ecumênicos.
Hoje
é especializado em Bíblia, membro do grupo fundador do Centro Ecumênico de Estudos
Bíblicos (CEBI). Desenvolve pesquisa teológica sobre a relação do Cristianismo com
as religiões negras e indígenas; assessora a Comissão Pastoral da Terra, organismo
da CNBB para a presença da Igreja junto aos lavradores.
Em todo o continente
latino-americano, é conhecido por ajudar as Igrejas a desenvolver uma reflexão teológica
sobre sua missão de solidariedade e inserção junto aos lavradores e sem-terra, e tem
sido convidado em diversos países para falar sobre ecologia e espiritualidade holística.
Colabora com revistas brasileiras e de outros países, na América Latina e
na Europa. Semanalmente publica artigos sobre espiritualidade ecumênica e desafios
da vida, e dentre seus 44 livros publicados, estão ‘Conversando com Mateus’, ‘O espírito
vem pelas águas’, ‘A secreta magia do caminho’, ‘Teologia latino-americana pluralista
da libertação’, ‘Teologia pluralista libertadora intercontinental’ e ‘Dom Helder Camara
- profeta para os nossos dias’.
No Brasil, ele é membro da Comissão pela
Diversidade Religiosa na Secretaria Especial da Presidência da República para os Direitos
Humanos e, em abril passado, foi eleito secretário para a América Latina da Associação
Ecumênica de Teólogos/as do Terceiro Mundo (ASETT). Ao receber o prêmio, na
sede da fundação, Dom Marcelo Barros afirmou que aceitou o prêmio não porque se sentisse
merecedor, mas para merecê-lo. (CM)