Trabalhos sinodais: Nova Evangelização é sinal de que o Espírito Santo continua operando
ativamente na Igreja
Cidade do
Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro semanal dedicado à nova
evangelização. Depois de um caminho de preparação para a XIII Assembleia Geral Ordinária
do Sínodo dos Bispos, chegamos ao grande evento para o qual a Igreja no mundo inteiro
olha e acompanha com grande atenção esperando dele, com a assistência do Espírito
Santo, abundantes frutos para a Igreja nos anos vindouros, ou seja, a Assembléia sinodal
que tem como tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã", evento este
que se enriquece e se entrelaça com o "Ano da Fé", iniciado nesta quinta-feira, 11
de outubro, no 50º aniversário de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II.
São
262 Padres sinodais, constituindo o maior número de participantes na história dos
Sínodos: 103 da Europa, 63 da América, 50 da África, 39 da Ásia e 7 da Oceania. Presentes
também 45 especialistas e 49 auditores. Registra-se, ainda, a presença dos delegados
fraternos representantes de 15 Igreja e comunidades eclesiais não ainda em plena comunhão
com a Igreja Católica.
A Igreja no Brasil encontra-se representada pelos seguintes
Padres sinodais: o bispo de Lorena, SP, Dom Bendito Beni dos Santos, escolhido por
Bento XVI; e os bispos escolhidos pela CNBB e aprovados pelo Papa, o arcebispo de
Brasília, Dom Sérgio da Rocha; o arcebispo de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio Rocha,
o arcebispo de São Paulo, Cardeal Pedro Odilo Scherer; e o bispo auxiliar de Brasília
e secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, sendo que os suplentes eleitos
são o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, Cardeal Raymundo Damasceno
Assis; e o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta.
Já na apresentação
do grande evento eclesial, o secretário-geral do Sínodo, Dom Nikola Eterović, recordou
o que aqui temos reiteradamente enfatizado: que "a Igreja existe para evangelizar".
E já nos trabalhos sinodais propriamente ditos, o arcebispo destacou que "a nova evangelização
é também um sinal de que o Espírito Santo continua trabalhando ativamente na Igreja".
E
é justamente sobre a ação do "Espírito Santo protagonista da missão" que temos dedicado
as últimas edições deste espaço, no âmbito de nossa revisitação à Redemptoris missio,
encíclica de João Paulo II, de 1990, sobre a validade permanente do mandato missionário.
Ao tempo em acompanhamos com particular interesse os trabalhos dos Padres sinodais,
em sua primeira semana de atividades, na edição de hoje trazemos o nº 25 da Carta
encíclica, que prossegue o texto intitulado "O Espírito guia a missão":
25.
"Os missionários, seguindo esta linha de ação, tiveram presente os anseios e as esperanças,
as aflições e os sofrimentos, a cultura do povo, para lhe anunciar a salvação em Cristo.
Os discursos de Listra e de Atenas (cf. At 14, 15-17; 17, 22-31) são considerados
modelo para a evangelização dos pagãos: neles, Paulo « dialoga » com os valores culturais
e religiosos dos diferentes povos. Aos habitantes da Licaônia, que praticavam uma
religião cósmica, Paulo lembra experiências religiosas que se referiam ao cosmos;
com os Gregos, discute sobre filosofia e cita os seus poetas (cf. At 17, 18.26-28).
O Deus que vem revelar, já está presente nas suas vidas: de fato, foi Ele Quem os
criou, e é Ele que misteriosamente conduz os povos e a história; no entanto, para
reconhecerem o verdadeiro Deus, é necessário que abandonem os falsos deuses que eles
próprios fabricaram, e se abram Àquele que Deus enviou para iluminar a sua ignorância
e satisfazer os anseios dos seus corações (cf. At 17, 27-30). São discursos que oferecem
exemplos de inculturação do Evangelho. Sob o impulso do Espírito, a fé cristã abre-se
decididamente às nações pagãs, e o testemunho de Cristo expande-se em direção aos
centros mais importantes do Mediterrâneo oriental, para chegar depois a Roma e ao
extremo ocidente. É o Espírito que impele a ir sempre mais além, não só em sentido
geográfico, mas também ultrapassando barreiras étnicas e religiosas, até se chegar
a uma missão verdadeiramente universal."
Amigo ouvinte, por hoje nosso tempo
já acabou. Acompanhemos o Sínodo dos Bispos não somente com grande interesse, mas
– como nos pediu o Santo Padre na vigília do importante evento eclesial – também com
nossas orações, certos de que o Espírito Santo que nos vivifica e anima a Igreja haverá
de nos indicar o caminho a seguir, as oportunidades de proclamar de novo a mensagem
perene do Evangelho e a verdade de Jesus Cristo, que é o mesmo ontem, hoje e sempre.