2012-10-12 11:16:51

A "alegria humilde" da Igreja, a 50 anos do Concílio: Bento XVI, quinta à noite, da janela sobre a Praça de São Pedro


Ontem à noite, Bento XVI assomou à janela dos seus aposentos para saudar os milhares de pessoas que se tinham congregado na praça de São Pedro após uma procissão de velas pela avenida da Conciliação, que ali conduz. Quis-se assim evocar idêntica iniciativa promovida há 50 anos, no dia da abertura do Concílio.
Como fizera então João XXIII, também desta vez o Papa improvisou as palavras de saudação aos presentes. Bento XVI recordou que ele próprio ali tinha estado pessoalmente, naquela ocasião memorável, ouvindo as “palavras inesquecíveis, cheias de poesia e bondade, palavras do coração”, então pronunciadas pelo “Papa bom”

“Estávamos felizes e cheios de entusiasmo, tinha sido inaugurado o Grande Concílio, tínhamos a certeza que havia de vir uma nova primavera da Igreja, um novo Pentecostes, com uma nova presença, forte da graça libertadora do Evangelho.
Também hoje estamos felizes, levamos a alegria no nosso coração, mas diria que é uma alegria porventura mais sóbria, uma alegria humilde”.

Isso, em razão da experiência de que a fragilidade humana está presente também na Igreja, que a barca da Igreja navega com ventos contrários, com tempestades que a ameaçam”.

“(Nestes 50 anos) vimos que no campo do Senhor há sempre também o joio (no meio do trigo). Vimos que na rede de Pedro se encontram também peixes maus , disse o Papa perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, após uma procissão de velas ao longo da avenida que leva ao Vaticano.
“Aprendemos, nestes 50 anos, que o pecado original existe e se traduz sempre, de novo, em pecados pessoais que se podem tornar estruturas do pecado”, alertou Bento XVI, que não deixou de referir também “uma nova a experiência da bondade e da força” de Jesus, do “fogo do Espírito santo”, silencioso, portador de bondade e verdade, que dá luz e calor:

“Vimos que o Senhor não nos esquece, também hoje, ao seu modo, humilde. O Senhor está presente e dá calor aos corações, mostra vida, cria carismas de bondade e de caridade que iluminam o mundo e são para nós garantia da bondade de Deus”.

A concluir, Bento XVI quis retomar e fazer sua a expressão mais conhecida das palavras pronunciadas, nesta circunstância, por João XXIII:

“Atrevo-me a fazer minha as inesquecíveis palavras do Papa João: “ide para casa e dai um beijo às crianças e dizei que é do Papa”…

“Boa noite a todos vós, obrigado”, concluiu Bento XVI, após a bênção apostólica.








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