2012-10-10 14:17:02

Líderes religiosos pedem fim de confrontos entre as civilizações


Lahore (RV) – “Não deve existir confrontos entre as civilizações por causa do pecado de uma só pessoa. Se alguém profanar o Islã ou cometer um crime no Ocidente ou nos Estados Unidos, nenhum dos cristãos no Paquistão deve ser envolvido ou considerado responsável. Todos devem respeitar as religiões do mundo”: é o que afirmaram os líderes religiosos cristãos e muçulmanos reunidos nos últimos dias em Lahore, em um congresso organizado pelo Conselho nacional para o diálogo inter-religioso.

Em mensagem enviada à agência Fides, o franciscano Frei Francis Nadeem, OFM, Coordenador do Conselho, explicou: “Toda vez que uma pessoa comete um ato blasfemo no Ocidente ou nos Estados Unidos, os cristãos no Paquistão são considerados culpados. Um cristão paquistanês, ao contrário, não poderia nem imaginar cometer atos semelhantes”.

O frade recorda os casos dos cristãos acusados de blasfêmia. “São falsos e baseados em conspirações para resolver disputas pessoais”. Daí parte o apelo para “melhorar a utilização desta lei” para prevenir os abusos. “Se acontecem estes casos, todos deveriam refletir antes de tomar qualquer iniciativa e acusar de blasfêmia. É muito importante para evitar situações desagradáveis, que prejudicam a vida e as propriedades dos cristãos do Paquistão” – acrescenta Frei Nadeem.

Os líderes religiosos presentes no congresso (cristãos, muçulmanos, hindus, siks e pársis) condenaram o incêndio da Igreja de São Paulo e da Bíblia e de outros livros sagrados em Mardan, pedindo “respeito entre muçulmanos e cristãos e respeito a todos os lugares de culto”. Dentre os líderes muçulmanos que concordaram sobre estes quesitos, unindo-se ao apelo comum por uma maior harmonia, estão os Muftis Syed Hussain Ashiq, Qari Muhammad Zawar Bahadur, Pir Akhtar Rasool e membros de facções islâmicas diversas, como Allama Naeem Badshah (salafita), Quaid Ahl-e-Hadis e Allama Muhammad Mumtaz Awan (do movimento Deobandi).

Todos os participantes, depois de condenarem firmemente o incêndio da Igreja de Mardan, aprovaram por unanimidade uma resolução que pede ao governo do Paquistão que prenda os culpados e que os mesmos sejam punidos, segundo as leis vigentes no país. (SP)








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