Genebra (RV) - A inutilidade da violência como método de solução das controvérsias
internacionais, violência que provoca somente sofrimentos e dramáticos inconvenientes
nas populações civis. Este o tema enfrentado pelo Arcebispo Dom Silvano Maria Tomasi,
Observador Permanente da Santa Sé na Onu em Genebra, falando durante a 63ª Sessão
do Comitê Executivo do Alto Comissariado para os Refugiados.
O aumento dos
conflitos no mundo produziu novas ondas de refugiados e deslocados. Trata-se de milhares
de pessoas – disse Dom Tomasi –, sobretudo mulheres e crianças, que estão pagando
o preço de decisões políticas que não levam em consideração o seu impacto humano.
Famílias inteiras, muitas vezes separadas, tiradas a força de suas raízes, vagueiam
sem rumo, em busca de acolhida, em realidades perigosas onde estão a risco não somente
as prerrogativas fundamentais da pessoa, mas a vida mesma.
As crianças são
aquelas que mais sofrem. Faltam-lhes as condições primárias para um desenvolvimento
idôneo e para receber a necessária educação. Um panorama trágico, que a cada conflito
se repete pontualmente, mas diante do qual a comunidade internacional não consegue
intervir, ficando quase sempre sem saber o que fazer.
A delegação da Santa
Sé – disse ainda o prelado – exprime gratidão a todos os países que acolheram no seu
território milhares de refugiados em fuga dos Estados de fronteira, convidando todos
os países a contribuírem na manutenção dos refugiados e deslocados.
É necessário
um compromisso contínuo – sublinhou em seguida -, que, por causa da difícil crise
econômica, torna-se sempre mais árduo. A tudo isso se acrescentam os danos causados
pelas calamidades naturais, como a seca, que impedem às populações em fuga, por falta
de alimentos e água, interromper a seu peregrinar em busca de condições de vida sustentáveis.
Sobre toda a comunidade internacional paira uma evidente responsabilidade moral.
Perdão,
diálogo, reconciliação, solidariedade – disse ainda Dom Tomasi – são as palavras de
ordem para interromper este círculo vicioso. O objetivo é o de garantir a cada indivíduo,
também através de modos mais criativos de solidariedade e proteção, a sobrevivência
de todos aqueles que se encontram em condições de precariedade e sofrimento por causa
dos conflitos armados. (SP)