Crise na Europa faz Brasil ficar entre os dez maiores doadores do Programa Alimentar
Mundial
Roma
(RV) - A nova diretora-executiva do Programa Alimentar Mundial (WFP, em inglês),
que assumiu o cargo em abril deste ano, teve seu primeiro encontro, na ultima sexta-feira,
com os jornalistas estrangeiros que atuam em Roma.
Ex-embaixadora da Missão
dos Estados Unidos para as três agências da ONU em Roma, Ertharin Cousin assumiu o
cargo de diretora-executiva em meio à crise na Síria. Números das agências humanitárias
apontam que ao menos 3 milhões de pessoas precisam de auxílio devido ao conflito.
Atualmente, o PAM leva alimentos a cerca de 350 mil pessoas.
“O grande desafio
é continuarmos a ter acesso à Síria e levar ajuda a quem precisa em parceria com as
agências humanitárias e, principalmente, chegar até aqueles que devido à situação
precária estão de fato entrando na linha de quem passa fome”.
Mas segundo Cousin,
não se pode mais pensar no PAM como uma simples agência que leva comida a quem passa
fome.
“Deixamos de apenas levar ajuda, mas agora oferecemos também assistência.
Deixamos de ser a agência que simplesmente transportava grandes quantidades de alimento
para grandes grupos de pessoas em grandes assentamentos, para uma agência que se assegura
em ter as ferramentas justas para responder às necessidades das pessoas”.
Contudo
essa mudança de perfil do PAM está ameaçada pela crise económica mundial. Os reflexos
no orçamento do PAM são evidentes: hoje a agência trabalha com um déficit de 12%.
Ao mesmo tempo que os países doadores da Europa, principalmente, têm de investir internamente,
outras nações tem tido um papel fundamental para o bom transcorrer das ações do PAM.
“Vemos
que países doadores com pouca tradição, como o Brasil, que hoje tem repassado verbas
como nunca havia feito”.
De fato, o Brasil até o início deste mês ocupava a
nona posição na lista dos doadores, com mais de US$ 76 milhões doados, superando os
US$ 70,5 doados em 2011.