Nova Evangelização e Redemptoris missio: o Espírito Santo guia a missão
Cidade do
Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, eis-nos aqui novamente para o nosso encontro semanal
dedicado à nova evangelização, prioridade pastoral para a Igreja em nossos dias. Buscando
responder a esse chamado a uma evangelização que seja nova, nova em seus métodos,
em suas expressões, em seu ardor missionário, a Igreja está prestes a celebrar um
aguardado evento eclesial de primeira importância, ou seja, a XIII Assembleia Geral
Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se realizará de 7 a 28 deste mês de outubro, no
Vaticano, com o tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".
De
fato, neste domingo, dia 7, às 9h30 locais, o Papa preside, na Praça São Pedro, à
missa de abertura do Sínodo. Como destacado, a Assembleia sinodal terá por objetivo
analisar a situação atual nas Igrejas particulares, para traçar, em comunhão com o
Santo Padre Bento XVI, novas formas e expressões da Boa notícia que devem ser transmitidas
ao homem contemporâneo com renovado entusiasmo.
Para isso os padres sinodais
contarão, dentre outros, com o precioso tesouro da Tradição e do Magistério da Igreja.
Nesse sentido temos neste espaço, justamente em vista do Sínodo, recorrido a textos
magisteriais para uma revisitação a alguns documentos do Concílio Vaticano II em diante
sobre a ação evangelizadora da Igreja.
De fato, na edição passada continuamos
a nossa revisitação à Redemptoris missio, Carta encíclica de João Paulo II, de 1990,
sobre a validade permanente do mandato missionário, trazendo o nº 23, terceiro capítulo
– que trata do Espírito Santo protagonista da missão.
Antes de prosseguirmos
queremos apenas acenar, brevemente, alguns pontos do nº 23, que prossegue o tema O
envio <>.
Em primeiro lugar, a dimensão universal
da tarefa confiada aos Apóstolos. Em segundo, a asseguração de que não estarão sozinhos
nesta tarefa, a garantia da presença e da potência do Espírito e a assistência de
Jesus.
No que tange às acentuações próprias de cada evangelista, ao falar sobre
as diferenças de acentuação no mandato, João Paulo II evidencia que Marcos apresenta
a missão como proclamação ou Kerigma. Em Mateus o acento missionário situa-se na fundação
da Igreja e no seu ensinamento. Em Lucas a missão é apresentada como um testemunho.
E João é o único que fala explicitamente de <> – palavra equivalente a missão
– e une diretamente a missão confiada por Jesus aos seus discípulos com a que Ele
mesmo recebeu do Pai.
Por fim, todos os evangelistas sublinham que a missão
dos discípulos é colaboração com a de Cristo.
E passemos agora ao nº24 da Redemptoris
missio, número este que inicia o texto intitulado "O Espírito guia a missão".
Diz o texto:
24. "A missão da Igreja, tal como a de Jesus, é obra de Deus,
ou, usando uma expressão frequente em S. Lucas, é obra do Espírito Santo. Depois da
ressurreição e ascensão de Jesus, os Apóstolos viveram uma intensa experiência que
os transformou: o Pentecostes. A vinda do Espírito Santo fez deles testemunhas e profetas
(cf. At 1, 8; 2, 17-18), infundindo uma serena audácia, que os leva a transmitir aos
outros a sua experiência de Jesus e a esperança que os anima. O Espírito deu-lhes
a capacidade de testemunhar Jesus « sem medo ». Quando os evangelizadores saem
de Jerusalém, o Espírito assume ainda mais a função de « guia » na escolha tanto das
pessoas como dos itinerários da missão. A Sua ação manifesta-se especialmente no impulso
dado à missão que, de fato, se estende, segundo as palavras de Cristo, desde Jerusalém,
por toda a Judeia e Samaria, e vai até aos confins do mundo. Os Atos dos Apóstolos
referem seis « discursos missionários », em miniatura, que foram dirigidos aos judeus,
nos primórdios da Igreja (cf. At 2, 22-39; 3, 12-26; 4, 9-12; 5, 29-32; 10, 34-43;
13, 16-41). Estes discursos-modelo, pronunciados por Pedro e por Paulo, anunciam Jesus,
convidam a « converter-se », isto é, a acolher Jesus na fé e a deixar-se transformar
n'Ele, pelo Espírito. Paulo e Barnabé são impelidos pelo Espírito para a missão
entre os pagãos (cf At 13, 46-48), mesmo no meio de tensões e problemas. Como devem
viver os pagãos convertidos, a sua fé em Jesus? Ficam eles vinculados à tradição do
judaísmo e à lei da circuncisão? No primeiro Concílio, que reúne em Jerusalém, à volta
dos Apóstolos, os membros das diversas Igrejas, é tomada uma decisão considerada como
emanada do Espírito Santo: não é necessário que o pagão se submeta à lei judaica para
ser cristão (cf At 15, 5-11.28). A partir desse momento, a Igreja abre as suas portas
e torna-se a casa onde todos podem entrar e sentir-se à vontade, conservando as próprias
tradições e cultura, desde que não estejam em contraste com o Evangelho."
Amigo
ouvinte, por hoje nosso tempo já acabou. Desejamos bom trabalho aos Padres sinodais.
Semana que vem tem mais, se Deus quiser!