Bento XVI em Loreto para confiar a Nossa Senhora o Ano da Fé e o Sínodo dos Bispos
Bento XVI deslocou-se nesta quinta-feira a Loreto, para rezar a Nossa Senhora pela
Igreja, nos 50 anos do Concílio Vaticano II, confiando-lhe os trabalhos do Sínodo
dos Bispos sobre a nova Evangelização, que terá início no próximo domingo, e as iniciativas
do Ano da Fé. Tendo partido às 9 horas de Roma, de helicóptero, com um tempo esplêndido,
o Santo Padre chegou a Loreto uma hora depois. Após uma visita à "Santa Casa", que
se encontra dentro da basílica local, para um momento de oração diante do Santíssimo
Sacramento, Bento XVI celebra a Eucaristia na praça em frente à igreja. Ao fim da
tarde, o regresso a Roma. Esta peregrinação tem lugar exatamente a 50 anos de idêntica
visita a Loreto do Papa João XXIII, que assim entendia confiar a Maria os trabalhos
do Concílio Vaticano II que ia ser inaugurado uma semana depois, em Roma. Circunstância
que Bento XVI quis recordar logo no início da homilia… Nessa altura, há 50 anos, o
“Papa bom” rezou a Nossa Senhora do Loreto para que os padres conciliares que se iam
reunir na basílica de São Pedro fossem como os Apóstolos reunidos no Cenáculo e os
primeiros discípulos “um só coração, uma só aspiração de amor a Cristo e às almas,
um só propósito de viver e de se imolarem pela salvação dos indivíduos e dos povos”… Bento
XVI sublinhou o objetivo desta sua peregrinação: confiar à Mãe de Deus duas importantes
iniciativas eclesiais: o Ano da fé e a assembleia do Sínodo dos Bispos sobre ‘A nova
evangelização para a transmissão da fé cristã’. Evocando o mistério da Incarnação,
especialmente posto em relevo neste santuário do Loreto pela presença da “Santa Casa”
de Nazaré, o Papa estendeu o seu olhar a todo o mundo e a toda a humanidade, neste
difícil momento histórico, chamando a atenção para a necessidade de “voltar a Deus”
para não perder, mesmo em tempos de crise, “o horizonte da esperança”: “Na crise
atual, que afeta não só a economia, mas diversos setores da sociedade, a Incarnação
do Filho de Deus diz-nos quanto o homem é importante para deus e Deus para o homem.
Sem Deus, o homem acaba por fazer prevalecer o próprio egoísmo sobre a solidariedade
e sobre o amor, as coisas materiais sobre os valores, o ter sobre o ser. Há que voltar
a Deus para que o homem volte a ser homem. Com Deus mesmo nos momentos difíceis, de
crise, não desaparece o horizonte da esperança: a Incarnação diz-nos que nunca estamos
sós, Deus entrou na nossa humanidade e acompanha-nos”.
E Bento XVI concluiu
evocando a memória, neste 4 de outubro do “Evangelho vivente” que foi Francisco de
Assis e confiando de novo a Maria todos os que vivem situações de precariedade: “no
dia em que se faz memoria de São Francisco de Assis, autêntico “Evangelho vivo” –
quereria confiar à Santíssima Mãe de Deus todas as dificuldades que vive o nosso mundo
à procura de serenidade e de paz, os problemas de tantas famílias que encaram o futuro
com preocupação, os desejos dos jovens que se abrem à vida, os sofrimentos de quem
aguarda gestos e opções de solidariedade e de amor”.