2012-10-03 15:27:17

Brasil e África: integração através da cultura e da educação


RealAudioMP3 Nova Iorque (RV) - Integrar através da cultura. Assim, o Brasil espera aproximar os universitários africanos que falam português, oferecendo bolsas de estudos através da Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação Ciência e Cultura.
Quem fala sobre esta iniciativa é o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Ele falou com a Rádio ONU, em Nova Iorque, após o lançamento do projeto "Educação em Primeiro Lugar".

"Estamos fazendo um programa de intercâmbio através da Organização dos Estados Ibero-Americanos, onde só participava a América Latina, Espanha e Portugal. Os países africanos de língua portuguesa não participavam dessa estrutura criada em 1948. Assumimos agora a presidência e defendemos na ultima reunião que todos os países de língua portuguesa devem ser incorporados na organização dos Estados. Nós temos um programa de intercâmbio chamado Pablo Neruda, que queremos expandir para a África Portuguesa."

No evento na ONU, o ministro Mercadante defendeu ainda a importância do investimento em setores que envolvem a ciência, a tecnologia e a inovação, num cenário pós-crise.

Para o ministro brasileiro da Educação, a África e a América Latina podem se beneficiar para que "deixem de ser "produtores de matérias-primas e de bens básicos"
"A crise exige mais educação e não menos. Precisamos buscar ser mais solidários uns com os outros; cooperação na área científica, educacional, tecnológica; mais programas de bolsas de estudo e de intercâmbio. E como dizia Fernando Pessoa, 'minha língua é a minha pátria'. Espero que falando para tantos que nos ouvem em português, que a gente possa trabalhar junto no sentido de buscar essa parceria e esse investimento em educação, ciência e tecnologia."

Aloizio Mercadante lembrou ainda a criação no Brasil das universidades Unilab, só para estudantes do continente africano.

Maior integração é também uma das prioridades do novo secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, Murade Murargy.

Conhecida principalmente em ambientes diplomáticos, Murargy defende que a organização deve aproximar os cidadãos dos países-membros, que inclui Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Numa entrevista à Radio ONU, em Nova Iorque, à margem dos debates da Assembleia Geral, o representante referiu que a medida visa cobrir o que chamou "baixo nível de conhecimento entre países-membros."

"A língua vai desenvolver um conhecimento mútuo de que penso haver um grande défice. A vertente cultural tem que jogar um grande papel. Um dos desafios que tenho para a organização é a visibilidade. Para que as pessoas saibam o que existe e o que se faz. No mandato anterior foi feito um grande trabalho que vai levar tempo. Quando falamos em dar visibilidade seria fazer descer do seu pedestal, porque ainda está lá em cima. Hoje, são os ministros, presidentes e se a gente desce um pouco mais não sabe o que é a Cplp."

Murargy assumiu formalmente as funções em 18 de setembro, após ter servido como embaixador de Moçambique no Brasil.
(BF-Rádio ONU)







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