2012-10-01 12:30:54

Cimi: 40 anos celebrando a vida e a luta dos povos indígenas na Amazônia


Belém (RV) – O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Norte II (Pará/Amapá) realizou sua 33ª assembleia na semana passada em Belém, com o lema “Celebrando a vida e a luta dos povos indígenas na Amazônia”.

Os participantes avaliaram a caminhada do Cimi junto aos povos indígenas nos últimos 40 anos. A partir dos relatos dos missionários e dos indígenas convidados, constatou-se que, apesar das grandes dificuldades e desafios, os povos indígenas conquistaram neste período muitos avanços na consolidação de seus direitos e de reconhecimento junto à sociedade.

“Lançando um olhar sobre a realidade indígena e Amazônica, verificamos um cenário sombrio capaz, não só de retroceder em relação as importantes conquistas indígenas das últimas décadas, mas de comprometer toda a vida na região”, lê no documento final da Assembleia.

O Cimi denuncia que no interior da Amazônia está sendo intencionalmente esvaziado para satisfazer poderosos interesses econômicos externos. Ribeirinhos, indígenas, comunidades tradicionais e pequenos agricultores, que historicamente protegeram a região estão sendo obrigadas a migrar para as cidades devido à ausência ou à precarização das políticas públicas, tanto estaduais quanto federais, de promoção do bem estar das comunidades do avanço do agronegócio e pelos impactos de mega projetos de infraestrutura.

“Os grandes projetos de transporte, energia, comunicação estão sendo implantados de forma autoritária, rápida e inconsequente”, afirmam o Conselho, citando em especial a construção da hidrelétrica de Belo Monte.

O Cimi critica ainda a situação “lamentável” da educação escolar indígena no estado do Pará, que se configura como uma das piores de todo o país, e a saúde indígena, “que reflete a falta de prioridade do governo e a sua política autoritária de implantação de políticas públicas de saúde sem considerar a realidade dos povos”.

“Diante dessa realidade, convocamos todas as pessoas e organizações da sociedade civil preocupadas com o futuro para criar uma força política capaz de inviabilizar o projeto dos saqueadores e a pensar a Amazônia para além das fronteiras dos países, a partir da sabedoria milenar dos povos indígenas, da experiência das comunidades tradicionais, em benefício da coletividade.”
(BF-Cimi)







All the contents on this site are copyrighted ©.