Papa: "Riqueza seja usada para solidariedade e bem comum"
Castel Gandolfo (RV) – “Quando alguém de fora da comunidade faz o bem em nome
de Cristo, com honestidade e respeito, os membros da Igreja não devem sentir ciúmes,
mas ao contrário, devem se alegrar”. Foi o que disse o Papa no discurso proferido
antes de rezar a oração mariana do Angelus.
Bento XVI acrescentou que “dentro
da própria Igreja, também pode acontecer, por vezes, que seja difícil valorizar e
apreciar as coisas boas realizadas por outras realidades eclesiais”. E exortou
a louvar a ‘criatividade’ com que Deus atua na Igreja e no mundo.
A reflexão
do Pontífice no encontro com os fiéis deste domingo - último antes do retorno ao Vaticano,
segunda-feira – se inspirou em um trecho do Evangelho de Marcos em que os discípulos
protestavam com Jesus porque um homem, que não era um de seus seguidores, expulsara
demônios em nome de Jesus.
“O apóstolo João, jovem e zeloso – explicou
Bento XVI – queria impedir-lhe, mas Jesus não o permitiu, e ensinou a seus discípulos
que Deus também pode atuar coisas boas ou prodigiosas fora de seu ambiente, e que
se pode colaborar com a causa do Reino de várias maneiras, inclusive oferecendo um
copo de água a um missionário”.
O Papa prosseguiu: “Assim como na Igreja
Católica existem coisas que não são católicas, fora da Igreja Católica também pode
haver algo católico”.
“Por isso – comentou – os membros da Igreja não devem
sentir ciúmes, mas alegrar-se se alguém de fora da comunidade faz o bem em nome de
Cristo, desde que o faça com intenção honesta e com respeito. Sendo assim – concluiu
– devemos ser sempre capazes de nos apreciar e nos estimar reciprocamente”.
Em
outra passagem de sua reflexão, Bento XVI recordou o ataque do apóstolo Thiago aos
ricos desonestos, e disse que o Evangelho alerta para a “inútil busca de bens materiais”,
e pediu que estes sejam usados sempre na perspectiva da solidariedade e do bem comum,
agindo com equidade e moralidade em todos os níveis.
Depois do discurso,
o Papa rezou a oração mariana, cumprimentou os grupos de fiéis em algumas línguas
e concedeu a todos a sua benção apostólica. (CM)