Pôr em primeiro plano a dignidade do atleta. Exortatçã de Bento XVI aos médicos do
desporto recebidos em audiência em Castelo Gandolfo
Bento XVI recebeu, nesta quinta-feira em audiência, cerca de 120 participantes no
32º Congresso Mundial promovido pela Federação Internacional da Medicina do Desporto.
Provêm de 170 países dos cinco continentes, o que, disse o Papa, demonstra que
o desporto está presente em todo o lado e atravessa todas as culturas, regiões e circunstâncias,
e une as pessoas e povos na procura comum duma pacífica e excelente competitividade.
Os recentes jogos olímpicos e para-olímpicos de Londres foram sinal disso, frisou
Bento XVI recordando, que o desporto é, todavia, mais do que competição.
Cada
desportista, homem ou mulher, é dotado duma capacidade moral e espiritual que deve
ser também enriquecido e aprofundado através do desporto e da medicina do desporto.
No entanto, por vezes – sublinhou o Papa – o sucesso, a fama, as medalhas e o dinheiro
tomam a dianteira e podem mesmo tornar-se no único objectivo do envolvimento no desporto.
Já tem acontecido – continuou - que a vitória a todo o custo substitua o espírito
do desporto e leve ao abuso de meios à disposição da medicina moderna.
Como
médicos do desporto tendes consciência disso e sei que estais a debater sobre isto
no vosso Congresso – disse-lhes o Papa, vendo nisto um sinal de que eles também têm
presente o facto de os atletas de que cuidam serem um presente único como indivíduos,
independentemente das suas capacidades atléticas e, como tal, são chamados à perfeição
moral e espiritual. Como recordava São Paulo, a excelência atlética e espiritual são
profundamente inter-ligadas e exortava os crentes a se treinarem na vida espiritual,
assim como o atleta procura o auto-controlo em tudo. Daí que o Papa tenha convidado
os presentes a continuarem a pôr em primeiro plano a dignidade daqueles que são chamados
a assistir através da sua profissão de médicos.