2012-09-27 12:24:10

Presidente angolano toma posse e bispos pedem coesão aos políticos


Luanda (RV) - A Conferência Episcopal de Angola (CEAST) lançou um apelo aos partidos políticos para que ajudem a “salvaguardar” a paz e a reconciliação nacional, após as eleições de 31 de agosto, que deram a vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

“Não devemos nos esquecer que estamos num processo de paz e de reconciliação nacional iniciado há dez anos, em que os atores da guerra e muitas das vítimas ainda estão vivos e merecem respeito e consideração”, assinala um relatório sobre o escrutínio, da Comissão Episcopal de Justiça e Paz, divulgado pela Agência Ecclesia.

O Presidente José Eduardo dos Santos prestou juramento na manhã de quarta-feira em Luanda para um mandato de cinco anos, na sequência da sua eleição indireta para a chefia do Estado nas eleições gerais.

A CEAST pede ao novo Executivo que promova a “democratização dos órgãos de comunicação social públicos” e que defenda “o pluralismo político, a paz, a reconciliação e a unidade nacional”.

“Os órgãos de comunicação social do Estado, nomeadamente a Televisão Pública de Angola, a Rádio Nacional de Angola e o Jornal de Angola não foram isentos nem antes nem durante nem depois das eleições, favorecendo claramente o partido no poder e dando pouco espaço ao contraditório”, lamenta o relatório.

A avaliação do processo eleitoral efetuada pelos peritos da CEAST foi apresentada em coletiva de imprensa pelo coordenador do grupo, Padre Belmiro Cuica Chissengueti.

O documento fala num “importante exercício de cidadania, necessário para a paz, a democracia e o desenvolvimento”. Nesse sentido, elogia-se “a boa conduta por parte dos eleitores, das forças da ordem pública e dos membros das assembleias de voto” e acrescenta-se que os observadores tiveram “facilidades” na obtenção das informações pretendidas.

O organismo da CEAST refere, por outro lado, que o credenciamento dos observadores foi “muito tardio” e não permitiu uma melhor preparação dos mesmos.

A abstenção de cerca de 40 por cento dos eleitores é vista como “um dado negativo que deverá merecer uma profunda reflexão”.

O documento pede ainda que no próximo ato eleitoral a comissão nacional encarregada de supervisionar o escrutínio “vigie melhor e com imparcialidade o cumprimento do Código de Conduta”.
(BF)







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