Reler a "Cidade de Deus" à luz das relações de Santo Agostino com outras culturas
Teve início ontem, 25 de Setembro, no Instituto Patrístico Augustinianum de Roma o
Simpósio Internacional organizado pela Universidade de Wurzburg em colaboração com
o Institui Patrístico Augustinianum de Roma e o Instituto Agostiniano da Vilanova
University da Pensilvânia, sobre o tema: Conflito ou diálogo? O encontro de Agostinho
com outras culturas na De Civitate Dei. 150 estudiosos provenientes dos Estados
Unidos, Alemanha e Itália, efectuam, até ao próximo sábado, o efectuar uma releitura
da obra de Santo Agostinho De Civitate Dei, ou A Cidade de Deus, à luz da relação
entre Santo Agostinho e as novas culturas que no já longínquo século V entravam em
contacto com o mundo romano de então. Por ocasião do saque de Roma por parte dos bárbaros,
as correntes pagãs desenvolviam a tese de que isso tinha acontecido devido à cristianização
do império romano. A cidade de Deus procura responder a tudo isso.
Segundo
o Padre Robert Dodaro, Presidente do Instituto Patrístico Augustinianum o objectivo
dese colóquio é fazer uma releitura do texto da "Cidade de Deus" com esta questão:
Nesta obra encontra-se uma abertura ao diálogo inter-cultural e inter-religioso ou
encontra-se apenas uma polémica, um conflito, entre cristianismo e outras religiões
e culturas? Esta pergunta estará, poranto, no centro deste simpósio.
A queda
de Roma em 410 acentuou uma questão de fundo que era que comportamento ter com os
bárbaros que agrediam o Império. Havia um grupo consistente, dos quais fazia parte
Santo Ambrósio, que queriam que os bárbaros fossem manietados e repelidos. Santo Agostinho,
talvez porque tinha percebido que já não era possível esse tipo de atitude, achava
que era necessário encontrar uma convivência. Assim, Agostinho não fala mais de bárbaros,
romanos e cristãos, mas sim de todos os homens que têm apenas duas alternativas: ou
construir uma cidade fundada no egoísmo humano destinada a dissolver-se; ou então
uma cidade fundada no amor de Deus e, portanto, no amor dos homens, destinada a sobreviver
eternamente.