2012-09-26 12:22:52

Dom Shomali: o futuro dos cristãos na Terra Santa


Cidade do Vaticano (RV) - Depois de mais de uma semana da conclusão da viagem do Papa Bento XVI ao Líbano, voltou-se a falar do problema dos cristãos no Oriente Médio. Em particular da diminuição dos cristãos na Terra Santa. Sobre essa questão, a Rádio Vaticano conversou com Dom William Shomali, Bispo auxiliar do Patriarcado de Jerusalém.

R. Digo com otimismo moderado que Deus não permitirá jamais o desaparecimento dos cristãos da Terra Santa. Como prova do que digo, diante de mim eu tenho um paradoxo: 160 anos atrás, quando os cristãos representavam 10% de toda a Palestina – e isso segundo as estatísticas do Consulado francês daquela época, de 1848 – nós éramos somente 21 mil cristãos em toda a Terra Santa, e isso significa Galiléia, área de Jerusalém e Belém; neste momento em que diminuímos e nos tornamos 2% de toda a Terra Santa – Israel, inclusive os Territórios palestinos – somos 180 mil, mais os 230 mil trabalhadores estrangeiros, mais os russos que emigraram. Portanto, o número é paradoxalmente aumentado, apesar do percentual ter diminuido. Eu diria que o Senhor não permitirá jamais o desaparecimento dos cristãos de Belém, Nazaré e Jerusalém.

P. O que determina o êxodo dos cristãos da Terra Santa?

R. Antes de tudo há a questão econômica, que obriga um cristão a partir em busca de trabalho, para ele e para a sua família. A economia da Palestina foi também condicionada pela situação política: a ocupação israelense, mas antes ainda, quando havia a administração inglesa e a guerra civil; e antes ainda da guerra civil tínhamos o regime turco, que certamente não era um regime fácil. Portanto, com o aumento da dificuldade da situação econômica, tudo remou contra os cristãos. Mesmo se somos uma minoria, temos liberdade religiosa e isso pode parecer um paradoxo, porque alguém poderia dizer, mas como? Vocês foram agredidos em Latrun! Foram agredidos aqui e ali!... Isso é verdade, mas também é verdade que se trata de eventos extraordinários, que não se verificam todos os dias. Os grafites nos muros de uma igreja ou num cemitério desconsagrado aqui e lá, são eventos excepcionais. Nós gozamos de uma completa liberdade religiosa. Os motivos da partida dos cristãos são antes de tudo políticos e econômicos. (SP)








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