Filme contra o islão já provocou até agora 50 mortos. Manifestações continuam
O governo paquistanês contestou categoricamente a posição de um dos seus ministros
que ofereceu uma recompensa pela morte do director do filme anti-Islão “A inocência
dos muçulmanos”, produzido nos Estados Unidos, dizendo não tratar-se de uma política
do governo. O ministro paquistanês dos Caminhos de Ferro, Ghulam Ahmed Bilur, ofereceu
100 mil dólares quem matar o produtor desse filme. O suposto autor do filme é
Nakula Besseley Nakula, um copta (cristão do Egipto) de 55 anos que vive em Cerritos,
próximo a Los Angeles. Está escondido há vários dias devido às ameaças contra a sua
vida. O Paquistão foi um dos principais focos de violência contra esse filme no mundo
muçulmano. Novas manifestações foram realizadas neste domingo no Paquistão. Cerca
de 200 membros da comunidade cristã se reuniram para condenar o filme em Islamabad.
Também em Lahore. Karachi e Quetta verificaram-se protestos. Os Estados
Unidos divulgaram a semana passada anúncios publicitários no Paquistão condenando
“A inocência dos muçulmanos”, ressaltando que o governo nada teve a ver com esse filme
amador. Ainda em relação a este filme, centenas de xiitas protestaram
domingo, sem incidentes, no leste da Arábia Saudita, segundo testemunhas. Foi a primeira
manifestação do tipo neste país, onde manifestações, em geral, são proibidas. As forças
de ordem não intervieram. Também em Teerão, cerca de 400 pessoas
participaram de um protesto diante da embaixada da França para denunciar o filme e
as caricaturas publicadas pela revista francesa “Charlie Hebdo”. E no Líbano milhares
de partidários do movimento armado Hezbollah manifestaram-se em Hermel, leste do país.
No Bangladesh, a maior parte das escolas e lojas permaneceu fechada devido a uma convocação
de greve geral lançada pelos partidos da oposição em protesto contra o filme. Vários
partidos islamitas, aliados do principal partido oposicionista, convocaram uma greve
contra "A inocência dos muçulmanos" e contra a publicação das caricaturas pela Charlie
Hebdo. Em Atenas, houve incidentes entre polícias e cerca de mil
manifestantes compostos, na sua maioria, por imigrantes paquistaneses, afegãos e bengaleses.
No total, cinquenta pessoas já morreram no mundo em episódios de violência ligados
ao filme anti-Islão, desde o passado dia 11 de Setembro.