Portugal: Igreja critica subserviência do Governo perante instituições internacionais
Lisboa (RV) - A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) da Igreja portuguesa
criticou a subserviência do Governo português perante os ditames de instituições internacionais.
“Tudo
quanto vimos foi um gesto de submissão aos governantes de países mais poderosos, que
bem depressa esqueceram a sua própria história no contexto europeu da segunda metade
do século XX”, refere uma nota, apresentada esta quinta-feira à imprensa.
O
documento reage ao anúncio de novas medidas de austeridade por parte do executivo
nacional, após a 5ª avaliação da ‘troika’ (FMI, Banco Central Europeu e União Europeia),
e alerta para as “suas repercussões sobre a economia e as condições de vida dos portugueses”.
Para
a CNJP, está se verificando um enfraquecimento do “Estado de Direito” e um agravamento
da “situação de desproteção” da população, sem que o Governo fosse capaz de “demonstrar
que os sacrifícios exigidos aos portugueses estavam distribuídos com equidade”.
A
Comissão fala em “desonestidade intelectual” por parte dos governantes, no que diz
respeito ao controlo da despesa e às derrapagens nas receitas públicas, frisando que
estas não podem ser deixadas “ao simples acaso”.
O Presidente da CNPJ, Alfredo
Bruto da Costa, comentou ainda as manifestações públicas do cidadão português, que
tomaram as ruas de Lisboa e Porto quase uma semana atrás: “A manifestação social é
um indicador importantíssimo sobre o qual os partidos políticos e o governo têm obrigação
de pensar”.
Entre as medidas anunciadas pelo Governo, há cortes nas pensões
e nos salários dos servidores públicos. Sobre a crise, esta sexta-feira o Presidente
da República convocou o Conselho de Estado.