2012-09-20 18:43:27

Santa Sé em Viena: Segurança global não pode se basear nas armas nucleares


Viena (RV) - O Secretário das Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, discursou em Viena, na Áustria, nesta segunda-feira, na 56ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em andamento até amanhã, dia 21.

O arcebispo frisou que "só cultivando uma cultura de paz baseada na primazia do direito e no respeito pela vida humana, é possível enfrentar de maneira séria os vários desafios relativos ao renascimento nuclear".

Segundo Dom Mamberti, "a interdependência entre desarmamento nuclear e a não-proliferação nuclear é um dos principais instrumentos não só para combater o terrorismo nuclear, mas também para realizar concretamente uma cultura da vida e da paz".

Para o prelado "a comunidade internacional deve mostrar intenções visíveis e eficazes para a eliminação sistemática das armas nucleares. Não pode ser considerado moralmente suficiente, reduzir os estoques de armas nucleares supérfluos enquanto se modernizam os arsenais nucleares e se investem grandes somas de dinheiro para garantir a sua produção futura e mantê-las".

A este respeito o representante da Santa Sé confirmou o seu apoio ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. "A segurança global não pode se basear nas armas nucleares" – disse ele.

O arcebispo exortou a trabalhar para a entrada em vigor do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT) e a criação de áreas livres de armas nucleares também no Oriente Médio.

Dom Mamberti recordou que "cada passo na agenda de desarmamento e não-proliferação deve ser fundamentado no valor da dignidade humana" e reiterou que "a única maneira de garantir que essas armas não sejam novamente usadas passa através de sua total, irreversível e verificável eliminação, sob controle internacional".

A segurança foi outra questão abordada pelo prelado. "O que aconteceu com a usina em Fukushima, no Japão, revelou que uma crise nuclear local é de fato um problema global. Por essa razão, a segurança energética e nuclear exige a adoção de medidas técnicas apropriadas e legais, bem como ações e respostas no campo cultural e ético".

Concluindo seu discurso, o arcebispo destacou o apreço da Santa Sé pelos programas AIEA de controle do câncer e incentivou a agência a reforçar o programa de ação para a terapia do tumor. (MJ)







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