Igreja na Alemanha esclarece situação de quem pede em cartório para não mais constar
como católico
Berlim (RV) - A Conferência Episcopal Alemã publicou nesta quinta-feira um
Decreto, aprovado pela Santa Sé, em que se esclarece que os fiéis que declaram no
cartório de registro civil não mais pertencer à Igreja Católica, não poderão mais
participar de modo ativo da vida da comunidade eclesial e, consequentemente, da vida
sacramental.
O novo Decreto, válido para a Alemanha, reitera que não se poderá
mais fazer a distinção entre pertença "civil" e pertença "espiritual" à Igreja Católica.
Recorda-se que neste país vigora um sistema jurídico particular que contempla, entre
outros aspectos, o financiamento das várias Igrejas, segundo o qual o fiel de cada
comunidade resulta inscrito no cartório de registro civil pertencente a uma determinada
confissão religiosa.
Essa inscrição comporta uma contribuição para a manutenção
econômica da respectiva Igreja. O Decreto entrará em vigor na próxima segunda-feira,
24 de setembro.
O secretário-geral da Conferência episcopal, o padre jesuíta
Hans Langendoerfer, explica que quem pede ao cartório de registro civil que elimine
a sua pertença à Igreja Católica não mais poderá, de modo algum, fazer parte da comunidade
eclesial.
Não se pode sair da dimensão "civil" da Igreja e, ao mesmo tempo,
definir-se católico. Esse é o ponto fundamental do Decreto, precisa o religioso acrescentando
que essa sempre foi a posição da Conferência Episcopal Alemã, e dizendo-se contente
que agora essa posição tenha sido escrita e aprovada de modo oficial.
Aí está
a diferença com o passado, observa: "agora o pároco deverá falar diretamente com quem
pretende abandonar a Igreja. Com esse documento queremos demonstrar interesse também
por aqueles que não querem mais pertencer à Igreja".
"Aqueles que pedirem no
cartório de registro civil para não mais constar como católico receberão uma carta
do pároco local. A esses será pedido um encontro e um colóquio no qual se buscará
entender, nesse diálogo, as motivações que induziram a tal decisão. Será também explicado
quais serão as implicações relacionadas à saída da comunidade eclesial."
Obviamente,
observa Pe. Langendoerfer, "os sacerdotes buscarão fazer com que essas pessoas mudem
de idéia, de modo a terem a possibilidade de participar da vida da Igreja, com os
respectivos deveres". (RL)