2012-09-19 12:45:48

"Pátio dos gentios" na Suécia


Cidade do Vaticano (RV) - Ter falado de Deus em público em uma sociedade na qual a religião é questão extremamente privada é um sucesso. O Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, falando à Rádio Vaticano traça um balanço positivo do seu recente encontro em Estocolmo no âmbito do “Pátio dos gentios”.

R. Encontrava-me não somente em um âmbito que é completamente diferente do ponto de vista confessional em relação ao católico, o âmbito luterano, mas sobretudo em um âmbito orgulhosamente laico, secularizado, onde explicitamente o discurso religioso não faz parte do tecido normal da comunicação e é reservado somente à intimidade das pessoas e ao âmbito estritamente eclesial. Pois bem, ali este “temor e tremor” se dissolveu quase imediatamente por pelo menos duas razões: de um lado, a acolhida que tiveram também aqueles que não são credentes foi muito intensa; de outro, quisemos também uma presença, uma participação particularmente intensa também da comunidade luterana”.

A impressão – continuou o cardeal - confirmou o que eu tinha adquirido, através sobretudo da leitura da literatura contemporânea sueca. “Em particular, eu encontrei ainda o elemento dominante, que é o elemento da secularização. Aqui gostaria de dizer que o elemento mais desconcertante para eles é surpreendentemente bem-sucedido era que âmbitos públicos e âmbitos diferentes entre eles, secularizados de modo explícito, ou melhor totalmente laicos como a Academia das Ciência e também um pouco o ambiente dos jovens de Fryshuset, tenham sido dominados pelos discursos religiosos”.

Os discursos religiosos não devem ser feitos em público porque são politica e culturalmente incorretos: ao invés, naquele caso, disse ainda Dom Ravasi - os discursos foram feitos e personalidades de relevo da cultura sueca declararam a sua fé ou o seu abandono da fé ou ainda a sua negação total de qualquer dimensão, expondo-se em público, diante inclusive de seus colegas. “Esta foi a surpresa também para mim: como me disse um interlocutor qualificado, - finaliza - jamais teria imaginado que a romper este silêncio, ao redor dos temas religiosos, teria sido na Suécia precisamente um cardeal católico”. (SP)








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