Pobreza, desagragação familiar e guerras: os meninos de rua na África. Ouça!
Cidade do Vaticano (RV) - O fenômeno dos meninos de rua não é exclusividade
do Brasil. Pobreza, marginalização e desagregação familiar desestabilizam o tecido
social, e o ônus dessa situação recai muitas vezes sobre as crianças – justamente
as que deveriam receber maior proteção e amparo.
“Os meninos de rua no continente
africano” - este foi o tema de um encontro promovido pelo Pontifício Conselho dos
Migrantes e Itinerantes, que se realizou na semana passada em Dar es Salaam, na Tanzânia.
Um dos relatores deste Congresso foi o coordenador regional de Justiça e Paz dos Bispos
da África Austral, Pe. Cláudio dos Reis, moçambicano:
“Neste encontro, felizmente
quase todas as Conferências Episcopais e alguns países, como o Djibuti, estiveram
representados, incluindo também os países do Magreb, do norte da África. O balanço
de modo geral diria que foi muito positivo, porque se tratou do primeiro encontro
no que diz respeito à Pastoral da Criança da Rua. Houve uma espécie de aprofundamento
mútuo, e também foi uma oportunidade para conhecer o trabalho que está sendo feito
em nível das Conferências e das religiões deste nosso vasto continente.
Infelizmente,
em todo o mundo existem de 100 a 150 milhões de filhos que estão espalhados pelas
ruas. A África não é exceção. Teríamos que procurar as razões que fazem com que haja
este número bastante elevado. No continente africano, para além da pobreza, há a desagregação
de muitas famílias: famílias separadas, crianças que não têm para aonde ir, não têm
quem as ampare. Tem a ver também com novos fenômenos, como a HIV-AIDS, que está matando
muita gente na África. Também outro fenômeno que poderíamos incluir diz respeito às
guerras. As guerras que infelizmente continuam assolando o continente africano.”