50 anos do Vaticano II: livro faz introdução ao Concílio e explica seus documentos
Cidade do Vaticano (RV) - "O futuro do Concílio, os documentos do Vaticano
II: um tesouro a ser redescoberto" é o título da coleta de escritos apresentada nesta
terça-feira na sede da nossa emissora, de autoria de especialistas renomados que estudaram
e aprofundaram o percurso conciliar e que evidenciam como, passados cinquenta anos,
o resultado daquela reunião de bispos do mundo inteiro é sempre atual. A Rádio Vaticano
entrevistou o responsável pelo volume, Luca Rolandi, que nos falou como nasceu a idéia
de uma coleta dos documentos do Vaticano II:
Luca Rolandi:- "Substancialmente,
nasceu da perspectiva de buscar, sobretudo para um público de jovens e de pessoas
que não conhecem nada do Concílio, a possibilidade propedêutica de ter uma introdução
à leitura dos próprios documentos, partindo da análise feita por especialistas, vaticanistas,
biblistas e liturgistas."
RV: Quais tesouros descobriu nos documentos examinados?
Luca
Rolandi:- "Foram descobertos muitos tesouro porque os documentos, apesar de seus
cinquenta anos, têm ainda um peso e uma força profética, uma profunda visão espiritual
e cultural que considero ser importante repropor, sobretudo às novas gerações."
RV:
Qual lugar o Concílio Vaticano II ocupa ou pode ocupar na Igreja do terceiro milênio?
Luca
Rolandi:- "Certamente, pode ocupar um lugar fundamental, no sentido que é verdade
que em cinquenta anos a sociedade se evoluiu rapidamente, mas é também verdade que
os tempos da Igreja são sempre mais lentos e existe o chamado acolhimento do Concílio
a ser metabolizado com mais dificuldade e em tempos mais longos em relação aos da
sociedade. Por isso, penso que ainda é fundamental recorrer ao magistério dos papas,
dos bispos e dos sacerdotes, nas comunidades, que é sempre contínuo ao Vaticano II,
para além das celebrações e dos aniversários."
RV: Se tivesse que explicar
o Concílio a um jovem, como o faria?
Luca Rolandi:- "Penso que o
faria de dois modos. De um lado, utilizando talvez algum instrumento da mídia mostrando-lhe
algumas imagens do que foi o Concílio: ver os dois mil e quinhentos bispos provenientes
do mundo inteiro que se encontram pela primeira vez, todos juntos, na Basílica de
São Pedro, numa grande assembléia. Por outro lado, lhe mostraria, por exemplo, o discurso
que João XXIII pronunciou à noite após abertura do Concílio – o famoso "discurso em
que faz menção à lua" – porque reconduz o Concílio numa dimensão mais doméstica, numa
dimensão que pode falar ao coração de todos." (RL)