Patriarca Béchara Raï: "A visita do Papa fez renascer nos libaneses, muçulmanos e
cristãos, o valor deste país
Beirute (RV) – Os sete dias de protestos dos islâmicos integralistas do Líbano
contra o filme blasfemo sobre Maomé e contra os Estados Unidos, onde foi realizado,
convocados pelo líder de Hezbollah, Hassan Nasrallah, certamente não conseguirão apagar
a mensagem de paz e de convivência levada corajosamente pelo Papa Bento XVI com sua
visita.
Entretanto, comentários positivos em todo o Oriente Médio na conclusão
da viagem do Papa ao Líbano. O Presidente libanês Michel Suleiman falou de “visita
histórica” que levou “uma mensagem de esperança a todo o Oriente Médio. Eis o que
disse à Rádio Vaticano o Patriarca maronita Béchara Boutros Raï:
R. - Eu pessoalmente,
junto com todos os libaneses, agradeço a Deus por esse evento histórico, mas também
providencial. Os libaneses, como também os cristãos do Oriente Médio, se sentiam como
na beira de um precipício: começavam a perder as esperanças e a esquecer que eles
têm um papel muito importante. A visita do Papa, as palavras que disse, a Exortação
Apostólica, as celebrações, fizeram renascer nos libaneses, muçulmanos e cristãos,
o valor deste país, o valor da convivência que é a mensagem que se espera do Líbano
e a sua missão no Oriente Médio, porque o Líbano se distingue de todos os demais países.
Eles entenderam este seu valor.
Todos nós cristãos do Oriente Médio – continou
o patriarca – ouvimos muitos comentários sobre esta viagem e nos sentimos encorajados:
entenderam que os cristãos não são uma minoria, mas são a presença da Igreja, da Igreja
universal. Queremos portanto agradecer a Deus, porque nos deu este evento histórico
e divino através da pessoa do Papa, através do que fez e disse.
Todas as cerimônias,
todos os encontros foram realizados em favor de todo o Líbano, dos cristãos e dos
muçulmanos. A melhor coisa que podemos recordar é o que disse o Papa, despendindo-se
dos libaneses no aeroporto: “O vosso calor e o vosso coração me deram o desejo de
voltar”. Isto – comentou – é uma bonita mensagem e um bonito testemunho do Pontífice”.
(SP)