Papa: "Sede jovens na Igreja. Sede jovens com a Igreja."
Cidade do Vaticano (RV) – Uma pequena demonstração
do que acontece quando o Papa e os jovens se encontram tivemos no último sábado no
Líbano. De fato, uma pequena Jornada Mundial da Juventude com os jovens do Oriente
Médio foi vivida de forma entusiasta com a presença de mais de 25 mil jovens. Os jovens
como sempre, demonstraram a sua alegria em poder receber o sucessor de Pedro, de se
encontrar com ele, e de lhe transmitir o seu pensamento.
O encontro se realizou
em forma de Celebração da Palavra. Teve início com a saudação do Patriarca de Antioquia
dos Maronitas, Béchara Boutros Rai, e do Arcebispo de Saida dos Greco-melquitas, Dom
Elie Haddad, que garantiu a presença de um grupo de jovens do Oriente Médio na Jornada
Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, no próximo ano.
Dois jovens católicos
dirigiram-se ao Papa, em nome dos presentes, e afirmaram que “hoje mais do que nunca”
é necessária uma “presença ativa da Igreja num Médio Oriente que se curva sob o peso
do ódio, do medo, do desespero e do sofrimento”. “Nós, jovens do Oriente Médio, estamos
hoje mergulhados em um mar de dificuldades, de apreensões e de temores”, disseram
a Bento XVI. Em resposta, Bento XVI destacou o exemplo do Líbano como “terra de acolhimento,
de convivência, com esta capacidade incrível de adaptação”.
Os jovens falaram
de conflitos, de ódio, de sofrimento, de desemprego, de falta de perspectivas, de
emigração. Diante da realidade, o anseio: “Aspiramos à paz e sonhamos com um futuro
sem guerras, continuaram; um futuro onde desempenharemos um papel ativo, onde trabalharemos
com nossos irmãos, jovens de diferentes religiões, construindo a civilização do amor,
edificando pátrias onde os direitos do homem e sua liberdade são respeitados, onde
sua dignidade é protegida.”
Nós, jovens da Igreja de hoje, queremos ser um
sinal de esperança para toda a região, e testemunhar o amor de Deus, que é mais forte
que a morte. Ao Papa, eles garantiram sua fé e sua confiança na Igreja, que são grandes
apesar dos desafios e das crises.
No seu discurso Bento XVI aludiu às dificuldades
sentidas pelas novas gerações “por causa da falta de estabilidade e segurança, da
dificuldade em encontrar emprego ou ainda do sentimento de solidão e marginalização”.
O
Papa deixou uma palavra particular aos participantes muçulmanos, agradecendo a sua
presença: “Sois, juntamente com os jovens cristãos, o futuro deste país maravilhoso
e de todo o Médio Oriente. Procurai construi-lo juntos”.
Segundo Bento XVI,
a região tem de compreender que “os muçulmanos e os cristãos, o Islã e o Cristianismo,
podem viver juntos, sem ódio e no respeito das crenças de cada um, para construírem
juntos uma sociedade livre e humana”.
Bento XVI alertou ainda para o “refúgio
em mundos paralelos, como por exemplo o mundo das drogas de todo o tipo ou o mundo
triste da pornografia”, a superficialidade, o consumismo fácil ou o dinheiro. “Quanto
às redes sociais, são interessantes mas podem, com facilidade, levar-vos à dependência
e à confusão entre o real e o virtual. Procurai e vivei relações ricas de amizade
verdadeira e nobre”, disse ainda.
O Papa desafiou a nova geração de católicos
a “acolher o outro sem reservas, mesmo que pertença a cultura, religião, nação diferentes”.
“Sede os mensageiros do Evangelho da vida e dos valores da vida; resisti corajosamente
a tudo o que a nega: o aborto, a violência, a rejeição e o desprezo do outro, a injustiça,
a guerra. Deste modo, propagareis a paz ao vosso redor”, concluiu
Bento XVI
garantiu que os jovens ocupam um lugar privilegiado no seu coração e na Igreja inteira,
porque a Igreja é sempre jovem. "Sede jovens na Igreja. Sede jovens com a Igreja."
Citou
as palavras de João Paulo II: "Não tenhais medo! Abri as portas de vossas almas e
de vossos corações a Cristo". Nele, encontrarão a força e a coragem para avançar nos
caminhos da sua vida, superando as dificuldades e o sofrimento. (SP)