O SCEAM, Simpósio das Conferências Episcopais da África acaba de criar um Grupo de
Trabalho sobre as Migrações. O grupo terá como tarefa aconselhar a Igreja da África
em tudo o que diz respeito à pastoral das migrações, de modo particular a promoção
e a protecção dos direitos dos migrantes a nível nacional, regional e continental.
A
criação deste grupo é o resultado duma reunião de três dias realizada em Acra, no
Gana, de 7 a 9 de Setembro, pelo SCEAM em colaboração com o CCIM (Comissão Católica
Internacional para as Migrações).
Na abertura da reunião de Acra, sede do
SCEAM, D. Simon Ntamwana, arcebispo de Gitega, no Burundi, sublinhou que as migrações
são um dos factores que contribuem para a desestabilização e destruição das famílias
no continente. Ele afirmou ainda que no ano passado os migrantes africanos eram 16
milhões, ou seja um quinto dos migrantes no mundo e que segundo as previsões, em
2025 um em cada dois africanos viverá e trabalhará fora dos seus países de origem.
Um fenómeno que requer maior atenção pastoral da parte da Igreja em África. No encontro
foi também recordado que por migrantes se entende os deslocados internos, as pessoas
apátridas, as vítimas de tráfico humano, as pessoas vulneráveis, crianças, requerentes
asilo e estudantes.
No encontro de Acra participou também um representante
da UA que apresentou os documentos políticos do organismo sobre as migrações e sublinhou
a necessidade do apoio da sociedade civil para os aplicar, convidando o SCEAM a colaborar
também neste sentido.
No encontro foi lida uma mensagem do bispo angolano,
D. Gabriel Mbilingi, segundo vice-presidente do SCEAM e encarregado do sector Justiça
e Paz, que não pode estar presente e fez-se representar por D. Ntamwana.
O
Grupo de Trabalho sobre as Migrações é formado, entre outros, pelos secretários das
oito Conferências Episcopais regionais da África, por dois responsáveis do secretariado
do SCEAM,um do CCIM, um representante da Caritas África e um encarregado nacional
de migrações e justiça e paz.