Papa assina Exortação apostólica pós-sinodal para a Igreja no Oriente Médio
Harissa (RV) - Bento XVI encontra-se, no Líbano, em sua 24ª viagem apostólica
internacional.
Nesta tarde, o Papa foi acolhido pelo Patriarca greco-melquita,
Gregorios III Laham, na Basílica de São Paulo, em Harissa, e ali assinou a Exortação
apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente.
Antes da assinatura, o Santo
Padre proferiu seu discurso ao presidente do país, aos patriarcas e bispos do Líbano,
aos membros do Conselho Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, aos representantes
do mundo da cultura e da sociedade civil, aos membros das delegações ortodoxa, muçulmana
e drusa, e a toda a comunidade greco-melquita.
O Papa frisou que a data de
hoje, Festa da Exaltação da Santa Cruz, cuja celebração nasceu no Oriente em 335,
coincide com a assinatura do documento.
"Para um cristão, exaltar a Cruz quer
dizer entrar em comunhão com a totalidade do amor incondicional de Deus pelo homem;
é fazer um ato de fé. Exaltar a Cruz, na perspectiva da Ressurreição, é desejar viver
e manifestar a totalidade deste amor; é fazer um ato de amor. Exaltar a Cruz leva
ao compromisso de ser arauto da comunhão fraterna e eclesial, fonte do verdadeiro
testemunho cristão; é fazer um ato de esperança" – destacou Bento XVI.
O Papa
recordou que os Padres sinodais, analisando a situação das Igrejas no Oriente Médio,
refletiram sobre as alegrias, temores e esperanças dos discípulos de Cristo nessa
terra.
"A Exortação Ecclesia in Medio Oriente permite repensar o presente
para considerar o futuro com o próprio olhar de Cristo. Com as suas orientações bíblicas
e pastorais, com o seu convite a um aprofundamento espiritual e eclesiológico, com
a renovação litúrgica e catequética preconizada, com os seus apelos ao diálogo, pretende
traçar um caminho para chegar ao essencial: o seguimento de Cristo, num contexto difícil,
e por vezes doloroso, que poderia fazer surgir a tentação de ignorar ou esquecer a
Cruz gloriosa. Mas é precisamente então que é necessário celebrar a vitória do amor
sobre o ódio, do perdão sobre a vingança, do serviço sobre a prepotência, da humildade
sobre o orgulho, da unidade sobre a divisão" - sublinhou o pontífice.
O Santo
Padre ressaltou que "a Exortação abre ao verdadeiro diálogo inter-religioso fundado
na fé em Deus Uno e Criador" e "quer contribuir a um ecumenismo repleto de ardor humano,
espiritual e caritativo". O Papa recordou que a Exortação quer ajudar os discípulos
de Cristo a serem protagonistas ativos da fé através da comunhão e do testemunho.
Com
esses sentimentos de esperança e encorajamento, Bento XVI entregará a Exortação apostólica,
no próximo domingo, à Igreja no Oriente Médio. (MJ)