Terminou Terça-feira em Sarajevo, Bósnia, o Encontro das religiões mundiais pela paz,
organizado pela Comunidade de Santo Egídio. Três dias de encontros entre líderes de
todos as crenças, personalidades políticas e intelectuais de todas partes do mundo
reunidos para discutir sobre as temáticas e os desafios masi urgentes para a sociedade
de hoje. Do palco eriogido no centro histórico de Sarajevo foi feito um apelo de paz.
Sarajevo,
terra mártir da última guerra que se estendeu através da Europa nas últimas décadas
do século XX, ensanguentada pelo ódio entre vizinhos de diferentes religiões e diversas
étnias, esta cidade transformou-se nestes dias na fiel depositária do espírito de
Assis. Assim, será portadora daquela mensagem de paz que chama todas as religiões
ao dever de ensinarem a viver através do diálogo, da estima recíproca, do respeito
pela liberdade e pela diferença. O apelo feito no final do encontro, na presença de
todos os chefes religiosos, nega que o ódio, a divisão, a violência e os genocídios
possam vir de Deus.
O cardeal Roger Etchegaray, presente em Sarajevo, teve
oportunidade para recordar como entrou nesta cidade debaixo de bombardameamento como
enviado do Papa João Paulo II. À cidade o purpurado pediu para ter coragem e de aprenderem
a viver juntos sem preconceitos. O fundador da Comunidade de Santo Egídio, Andrea
Riccardi, afirmou que o futuro daquela região depende dos europeus. Sarajevo deverá
continuar una e plural e, portanto, foi dali que levantou a invocação: "nunca mais
ódios e guerras fratricidas".
Presente também D. Vincenzo Paglia. O Presidente
do Pontifício Conselho para a Família e conselheiro espiritual da Comunidade de Santo
Egídio sublinhou a importância de Sarajevo que pode tornar-se num exemplo de convivência
entre os povos. Muito embora - considerou o prelado - Sarajevo e as Bósnia-Herzegovina
continuem a ser áreas muito delicadas na Europa. Eis porque o tesouro mais precioso
deste encontro - continua - é a imagem de católicos e ortodoxos que se abraçam que
escolhem continuar a viver juntos em ligação com muçulmanos e judeus.