Dom Lahhan: "A visita do Papa é a todo o Oriente Médio e há sentimentos de alegria
por isso"
Cidade do Vaticano (RV) - Dois anos depois do Sínodo para o Oriente Médio,
Bento XVI está para iniciar sua viagem apostólica ao Líbano onde entregará aos patriarcas
e bispos da região a Exortação Apostólica pós-sinodal “Ecclesia in Médio Oriente”.
A visita do Papa assume, portanto, uma importância para todos os pastores e fiéis
da região. Uma dimensão essa, que é sublinhada por Dom Maroun Lahhan, Vigário do Patriarca
de Jerusalém dos Latinos para a Jordânia.
R. "É uma visita a todo o Oriente
Médio e há sentimentos de alegria, de orgulho por isso. Precisamente nestes momentos
difíceis para os países do Oriente Médio e do Norte da África, basta a presença do
Santo Padre, bastam as palavras do Santo Padre – quaisquer que sejam – como sinal
de encorajamento e de solidariedade da Igreja Católica para com esses países, onde
os muçulmanos sofrem e os cristãos sofrem".
P. O primeiro motivo da viagem
é a entrega da Exortação Apostólica pós-sinodal para ao Oriente Médio. Quais frutos
se poderão recolher deste documento, sobretudo para os pastores?
R. "Esperamos
que o Santo Padre nos recorde sempre o nosso dever para com esse pequeno rebanho,
que está presente aqui desde os primeiros séculos e que é sempre testemunha da morte
e da Ressurreição de Cristo. Além do mais, desejamos que esta Exortação Apostólica
nos confirme na nossa missão de “guardiões da fé” neste país, encorajando assim os
nossos cristãos – católicos e não católicos – a serem sempre testemunhas de Cristo
nestes países. Procuramos, de fato, fazer tudo o que podemos para conter o êxodo dos
cristãos, para que a Terra Santa e todos os outros países que têm a presença cristã
desde os primeiros séculos, não se tornem um “museu arqueológico”.
P. O
Oriente Médio tem sede de paz: pensamos no que está ocorrendo na Síria e quanto isso
repercute em toda a região, em particular com a emergência humanitária dos refugiados
muito sentida na Jordânia...Quais esperanças de paz existem, que possam nascer também
desta visita do Papa?
R. "Esperamos do Santo Padre três palavras. A primeira
para aqueles que cometem atos de violência, porque não se pode responder à violência
com a violência. Até agora foram mais de 30 mil mortos na Síria e isso é um sacrilégio!
A segunda palavra é uma palavra de encorajamento e esses povos que sofrem, a esses
jovens que saem pelas ruas em busca de uma vida mais digna, mais livre e mais democrática.
Uma terceira palavra às potências internacionais, para que parem de intervir somente
por causa de seus interesses econômicos, sem olhar para o sofrimento destes países:
Estados Unidos, Europa, Rússia se desejam ajudar que o façam mas sem segundas intenções".
(SP)