2012-09-11 12:51:28

Igreja Católica ao lado dos pescadores ameaçados por usina nuclear


Nova Déli (RV) - Milhares de moradores de Kudankulam e das localidades próximas prosseguem protestando contra a instalação de um novo reator da usina nuclear nessa região do estado indiano de Tamil Nadu.

Em improvisadas tendas, e a apesar do mau tempo imperante na região, ativistas do Movimento Popular contra a Energia Nuclear (Pmane) disseram que vão ficar na praia próxima à central atômica até que suas exigências sejam atendidas.

Durante mais de um ano, os vizinhos vêm pedindo ao governo central e estadual que interrompa as obras, por considerar insuficientes as condições de segurança na usina e que poderiam ser vítimas de um desastre similar ao de Fukushima, Japão, em março de 2011.

Quatro mil pessoas, entre elas mulheres e crianças, de oito povoados próximos a Kudankulam, têm comparecido à praia cotidianamente para protestar. Elas ficam em um acampamento com bandeiras brancas, para deixar claro o caráter pacífico da demonstração.

A Igreja Católica se uniu ao protesto, e segundo o Padre X. D. Selvaraj, esta situação “está se transformando em uma crise humanitária de grandes dimensões. Os mais pobres são os mais atingidos pelo que está acontecendo”. Há mais de um ano, o padre luta ao lado do povo local para deter a construção do novo reator.

Falando dos moradores, ele diz que “há quase 400 dias, os pescadores sofrem fome e miséria, não saindo para pescar e continuando o protesto pacífico contra a usina de Kudankalam. Está em jogo o direito à vida e à sobrevivência, pois eles não saem mais ao mar”.

Inicialmente concebida em 1988, a usina, de fabricação russa, deveria ter entrado em operação em 2011, mas manifestantes cercaram a propriedade após o terremoto e o tsunami destruírem a usina nuclear em Fukushima, Japão, espalhando radiação e forçando a evacuação em massa.

“As pedem aos políticos que ouçam sua reivindicação, mas nem o Estado e nem o Governo central estão dispostos a fazê-lo. O único objetivo é abrir a usina nuclear”.

A Índia é o quinto país do mundo em geração de eletricidade, mas sua baixa produção per capita obriga dezenas de milhões de pessoas a acender velas de azeite quando cai a noite, e os frequentes cortes de fornecimento causam à economia enormes perdas.
(CM)









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