2012-09-09 14:59:57

África: os leigos e os desafios da formação


Iaundé (RV) - Uma extraordinária experiência de comunhão eclesial. Assim, o Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Card. Stanisław Ryłko, definiu o Congresso Pan-africano dos Leigos, que se conclui este domingo, 9 de setembro, depois de quatro dias de trabalho em Iaundé, em Camarões.

O Presidente do organismo promotor do Congresso disse que assistiu a “uma particular epifania da Igreja na África, descobrindo, ao lado dos problemas que afligem o continente, tantos recursos espirituais, vitalidade humana e religiosa, assim como um forte dinamismo missionários do seu laicato.

O Card. Ryłko disse ainda que a palavra que mais sobressaiu no congresso foi formação. “A Igreja na África adverte a grande urgência da tarefa educativa perante os leigos”. A formação – prosseguiu – não é um privilégio, mas um direito e um dever da Igreja”. Aliás, o II Sínodo dos bispos para a África indicou a formação dos leigos como uma prioridade, por forma a serem autênticos “embaixadores de Cristo” na esfera pública, no coração do mundo”, promotores de paz, justiça e reconciliação.

Por isso, os leigos não devem fechar-se nas próprias comunidades cristãs, pois são chamados a construir o reino de Deus no mundo em que vivem, isto é na família, no trabalho, na economia, na vida pública, na política e na cultura.

Testemunhar Cristo no coração do mundo não é tarefa fácil, porque exige, muitas vezes, a coragem de ir contracorrente para defender os direitos inalienáveis e a dignidade da pessoa humana. Entra então em jogo a delicada questão das relações entre os leigos e a política. A politica está passando hoje em dia por uma certa desvalorização, mas não basta denunciar os males. Aos leigos impõe-se a urgente tarefa de descobrir o direito e o dever de uma ativa e responsável participação na vida politica no próprio país. Para isso, deve ter um adequado conhecimento da Doutrina Social da Igreja.

Na qualidade de Embaixadores de Cristo, não podem descuidar a fé, risco este que já começa a entrever-se no continente. Daí a importância do Ano da Fé que visa voltar a colocar Deus no centro da vida de cada cristão e levar redescobrir o Catecismo da Igreja Católica como bússola segura para a vida e missão do laicato.

O Presidente do Conselho Pontifício para os Leigos recordou que o principal lugar da formação dos leigos, para além da família, são as paróquias, as quais devem ser apoiadas e ajudadas pelas comunidades cristãs de base que estão a ganhar novo vigor na África - disse -, incitando a valorizar cada vez mais estes movimentos na Igreja do continente.

A este respeito, expressou admiração sobretudo pelos leigos empenhados em primeira linha nos contextos de guerra, de refugiados e todos quantos sofrem também devido à intolerância religiosa, ódios e violências.

Os leigos, rematou, têm uma importante e insubstituível missão na Igreja e no mundo.
(BF)







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